Raimundo Correia
Raymundo da Motta de Azevedo Corrêa foi um juiz e poeta brasileiro.
1859-05-13 Barra da Magunça, Maranhão, Brasil
1911-09-13 Paris, França
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Nua e Crua
Doire a Poesia a escura realidade
E a mim a encubra! Um visionário ardente
Quis vê-la nua um dia; e, ousadamente,
Do áureo manto despoja a divindade;
O estema da perpétua mocidade
Tira-lhe e as galas; e ei-la, de repente,
Inteiramente nua e inteiramente
Crua, como a Verdade! E era a Verdade!
Fita-a em seguida, e atônito recua...
— Ó Musa! exclama então, magoado e triste,
Traja de novo a louçainha tua!
Veste outra vez as roupas que despiste!
Que olhar se apraz em ver-te assim tão nua?...
À nudez da Verdade quem resiste?!
In: CORREIA, Raimundo. Poesias completas. Org. pref. e notas Múcio Leão. São Paulo: Ed. Nacional, 1948. v.1, p.22
E a mim a encubra! Um visionário ardente
Quis vê-la nua um dia; e, ousadamente,
Do áureo manto despoja a divindade;
O estema da perpétua mocidade
Tira-lhe e as galas; e ei-la, de repente,
Inteiramente nua e inteiramente
Crua, como a Verdade! E era a Verdade!
Fita-a em seguida, e atônito recua...
— Ó Musa! exclama então, magoado e triste,
Traja de novo a louçainha tua!
Veste outra vez as roupas que despiste!
Que olhar se apraz em ver-te assim tão nua?...
À nudez da Verdade quem resiste?!
In: CORREIA, Raimundo. Poesias completas. Org. pref. e notas Múcio Leão. São Paulo: Ed. Nacional, 1948. v.1, p.22
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