Nuno Guimarães
Poeta e músico, a sua poesia, de natureza experimental, explora a desconstrução e a sugestão etimológica das palavras. Aproxima-se das tendências da Poesia 61, quer por uma maior atenção ao significante, quer pela recusa da discursividade e da legibilidade imediata dos conteúdos sugeridos pelo poema
1973
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O Pão
Não
é ainda um seio
Mas quase. Na brancura.
Porém, onda de leite
A branca levedura.
Um mecanismo incerto
De ferro e madrugada.
A fome e o excesso
Futuros. Na seara.
A fome e a carência
De sol(o) para a boca.
Não é ainda um campo
De areia. Ou terra solta.
Um campo descampado
Um canto com bolor.
É arte que se move
Minéria como a água.
Engenho de palato.
Alvéolo de pulmão.
Respira-se o exemplo
De sol. Oxigénio
Não é ainda um círculo
Branco por toda a mesa
Manchado na toalha
De sombra e aspereza.
Não é ainda uma ave
Descendo sobre a pele:
Um mecanismo triste
Movendo a boca breve.
é ainda um seio
Mas quase. Na brancura.
Porém, onda de leite
A branca levedura.
Um mecanismo incerto
De ferro e madrugada.
A fome e o excesso
Futuros. Na seara.
A fome e a carência
De sol(o) para a boca.
Não é ainda um campo
De areia. Ou terra solta.
Um campo descampado
Um canto com bolor.
É arte que se move
Minéria como a água.
Engenho de palato.
Alvéolo de pulmão.
Respira-se o exemplo
De sol. Oxigénio
Não é ainda um círculo
Branco por toda a mesa
Manchado na toalha
De sombra e aspereza.
Não é ainda uma ave
Descendo sobre a pele:
Um mecanismo triste
Movendo a boca breve.
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