Morte ao amanhecer

Na quieta e calada madrugada
Morrem as vozes, nascem os sussurros
Há um respirar, é tardo, é ofegante
Sopro débil de vida que se apaga

Junto ao leito a família reunida
Partilha a mágoa que enluta corações
Ninguém se comunica por palavras
Olhar e gesto casam no silêncio

Um pássaro se alegra, o dia nasce
E o claro sol que lhe assoma à face
Penetra, vivo, o quarto do doente

E o astro sua lida iniciando
Derrama luz no olhar do moribundo
O ocaso de uma vida alumiando

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