Escorrego

Manhãzinha. Meu pai e eu saindo
De toalha rumamos nós sozinhos
Amiudar de galos. Sol sorrindo
Brisa mansa e sossego nos caminhos

Passada a nossa rua, a Guabiraba
Um dos bairros descalços da cidade
Cruzar de gente. O rumo é do mercado
Tudo é tão simples que me dá saudade

A bica do Escorrego. O corpo encaroçado
Uma mão me amparando – a imagem do cuidado
Evitando que a água o filho derrubasse

A volta, o dia claro, caminhando
E meu pai, satisfeito, me contando
Histórias várias de seu mundo antigo

O bar, o abafador, o café quente
O pão cheirando a forno à nossa frente
E o sol brincando réstias pelo chão

Esse tempo envelhece, mas não morre
Se fraqueja a saudade logo acorre
É amiga, é terna, é leve a sua mão

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