Marina Tsvetaeva
Marina Ivánovna Tsvetáyeva, foi uma poetisa e tradutora russa.
1892-10-08 Moscovo, Rússia
1941-08-31 Ielabuga, Rússia
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Poetas
Poetas
O poeta – começa a falar de longe.
Ao poeta – a fala leva-o longe.
Por planetas,agoiros, buracos de fábulas
Sinuosas Entre sim e não, mesmo
Ao lançar-se do campanário fará
Um rodeio Porque a roda dos cometas –
É a rota dos poetas. Com os elos dispersos
Da causalidade– se liga! Com a fronte
Virada ao alto – te desespera! Não constam
Do calendário os eclipses do poeta.
É aquele que baralha as cartas, ilude
O peso e a medida, o que faz perguntas
Interrompendo a professora, é aquele
Que desbarata o Kant.
É ele quem, no pétreo caixão das Bastilhas,
Se ergue como árvore em toda a sua beleza.
Aquele de quem se perdem sempre as pegadas,
É aquele comboio que toda a gente
Perde -
Porque a rota dos cometas
É a rota dos poetas: queimando sem calor,
Arrancando sem semear – explodir, romper –
O teu rumo, a tua curva de crinas,
Não consta do calendário!
8 de
Abril de 1923
(tradução
de Nina Guerra e Filipe Guerra)
O poeta – começa a falar de longe.
Ao poeta – a fala leva-o longe.
Por planetas,agoiros, buracos de fábulas
Sinuosas Entre sim e não, mesmo
Ao lançar-se do campanário fará
Um rodeio Porque a roda dos cometas –
É a rota dos poetas. Com os elos dispersos
Da causalidade– se liga! Com a fronte
Virada ao alto – te desespera! Não constam
Do calendário os eclipses do poeta.
É aquele que baralha as cartas, ilude
O peso e a medida, o que faz perguntas
Interrompendo a professora, é aquele
Que desbarata o Kant.
É ele quem, no pétreo caixão das Bastilhas,
Se ergue como árvore em toda a sua beleza.
Aquele de quem se perdem sempre as pegadas,
É aquele comboio que toda a gente
Perde -
Porque a rota dos cometas
É a rota dos poetas: queimando sem calor,
Arrancando sem semear – explodir, romper –
O teu rumo, a tua curva de crinas,
Não consta do calendário!
8 de
Abril de 1923
(tradução
de Nina Guerra e Filipe Guerra)
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