Castro Alves
Antônio Frederico de Castro Alves foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
1847-03-14 Curralinho, Castro Alves, Bahia, Brasil
1871-07-06 Salvador, Bahia, Brasil
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Sonho da Boêmia
DAMA NEGRA
I
VAMOS, meu anjo, fugindo,
A todos sempre sorrindo,
Bem longe nos ocultar...
Como boêmios errantes,
Alegres e delirantes
Por toda a parte a vagar.
II
Há tanto canto na terra
Que uma vida inteira encerra!...
E que vida!... Um céu de amor!
Seremos dois passarinhos,
Faremos os nossos ninhos
Lá onde ninguém mais for.
III
Uma casinha bonita,
Lá na mata que se agita
Do vento ao mole soprar,
Com as folhas secas da selva
Com o lençol verde da relva
Oh! quanto havemos de amar!...
IV
De manhã, inda bem cedo,
Hás de acordar, anjo ledo,
Junto do meu coração...
Ao canto alegre das aves
As nossas canções suaves,
Quais preces se ajuntarão.
V
Passearemos à sesta...
Sonharemos na floresta,
Sempre felizes, meu Deus!...
Nalma lânguida esteira,
Quanta cantiga faceira
Ouvirei dos lábios teus!...
VI
E à noite, no mesmo leito
Reclinada no meu peito,
Hei de ouvir os cantos teus.
A cada estrofe bonita
No teu seio, que palpita,
Terás cem beijos, por Deus!
VII
Farei poesias ou versos
Aos teus olhinhos perversas
Aos teus "anhos, meu bem!
Tu cantarás, é Manola,
Aquela moda espanhola
Que tantos requebros tem!
VIII
Depois, que lindas viagens!...
Veremos novas paisagens,
No sul, no norte, onde for...
Voando sempre, querida,
Coa primavera da vida,
Coa primavera do amor.
IX
Vamos, meu anjo, fugindo,
A todos sempre sorrindo
Bem longe nos ocultar.
Como boêmios errantes
Que repetem delirantes:
"Pra ser feliz basta amar"!
I
VAMOS, meu anjo, fugindo,
A todos sempre sorrindo,
Bem longe nos ocultar...
Como boêmios errantes,
Alegres e delirantes
Por toda a parte a vagar.
II
Há tanto canto na terra
Que uma vida inteira encerra!...
E que vida!... Um céu de amor!
Seremos dois passarinhos,
Faremos os nossos ninhos
Lá onde ninguém mais for.
III
Uma casinha bonita,
Lá na mata que se agita
Do vento ao mole soprar,
Com as folhas secas da selva
Com o lençol verde da relva
Oh! quanto havemos de amar!...
IV
De manhã, inda bem cedo,
Hás de acordar, anjo ledo,
Junto do meu coração...
Ao canto alegre das aves
As nossas canções suaves,
Quais preces se ajuntarão.
V
Passearemos à sesta...
Sonharemos na floresta,
Sempre felizes, meu Deus!...
Nalma lânguida esteira,
Quanta cantiga faceira
Ouvirei dos lábios teus!...
VI
E à noite, no mesmo leito
Reclinada no meu peito,
Hei de ouvir os cantos teus.
A cada estrofe bonita
No teu seio, que palpita,
Terás cem beijos, por Deus!
VII
Farei poesias ou versos
Aos teus olhinhos perversas
Aos teus "anhos, meu bem!
Tu cantarás, é Manola,
Aquela moda espanhola
Que tantos requebros tem!
VIII
Depois, que lindas viagens!...
Veremos novas paisagens,
No sul, no norte, onde for...
Voando sempre, querida,
Coa primavera da vida,
Coa primavera do amor.
IX
Vamos, meu anjo, fugindo,
A todos sempre sorrindo
Bem longe nos ocultar.
Como boêmios errantes
Que repetem delirantes:
"Pra ser feliz basta amar"!
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