Ilustre Visitante

Converso com o amor. Ele fala como se fôssemos íntimos. Aperta minha mão e beija-me as faces. Coro o rosto, banhada pela timidez. Não sei se possuo fidalguia para anfitrionar tão distinta personalidade.
Os gestos de amor são elegantes e clássicos, dando a impressão de tratar-se de alguém que nunca se emociona. Um engano que vai se dissipando ao longo de nossa conversa. Quando falo de minhas tristezas, aquele ser distante, muda de figura e começa a verter lágrimas. Ao ver esta cena fico triste e alegre, por perceber-me através de olhos tão ilustres.
Os assuntos que discorre são por demais difíceis à compreensão, mas permaneço atenta, fitando belos segredos.
A prosa continua e ele vai se soltando cada vez mais. Um pouco depois percebo que ele passa a ter ciúmes dos que comigo tentam falar. A felicidade em invade e epnso pertencer a mesma raça do amor.

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