Allen Ginsberg
Irwin Allen Ginsberg foi um poeta americano da geração beat, que ficou conhecido pelo seu livro de poesia Howl.
1926-06-03 Newark, Nova Jérsia, EUA
1997-04-05 Nova Iorque, Nova Iorque, EUA
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Para um velho poeta no Peru
Porque nos encontramos ao escurecer
Debaixo da sombra do relógio
da estação
Quando minha sombra visitava Lima
E seu espectro morria em Lima
rosto velho precisando fazer a barba
E minha barba juvenil brotando
magnífica como os cabelos dos mortos
nas areias de Chancay
Porque por engano pensei que você estava
melancólico
Saudando seu pé de 60 anos de idade
com o cheiro de morte
das aranhas no assoalho
E você saudando meus olhos
com sua voz de anisete
Por engano aChando-me genial
por eu ser tffo moço
(meu rock and roll é o movimento de um
anjo voando na cidade moderna)
(seu obscuro arrastar os pés é o movimento
de um serafim que perdeu
suas asas)
Beijo-o na sua gorda bochecha (mais uma vez amanhã
Debaixo do esplêndido relógio de Disaguaderos)
Antes de eu partir para minha morte num desastre aéreo
na América do Norte (há muito tempo)
E você partir para seu ataque do coração numa rua
indiferente da América do Sul
(Ambos rodeados pelos gritos
de comunistas com flores
enfiadas no cu)
—você muito antes de mim —
ou numa longa noite só num quarto
no velho hotel do mundo
observando uma porta negra
...rodeado de pedaços de papel
MORRE COM GRANDEZA NA TUA SOLIDÃO
Velho ,
Eu profetizo a Recompensa
Mais vasta que as areias de Pachacamac
Mais brilhante que uma máscara de ouro batido
Mais doce que o gozo dos exércitos nus
fodendo no campo de batalha
Mais rápida que um tempo passado entre
a velha noite de Nasca e a nova Lima
ao anoitecer
Mais estranha que nosso encontro junto ao Palácio
Presidencial em um café
fantasmas de uma velha ilusSo, fantasmas
do amor indiferente —
A OFUSCANTE INTELIGÊNCIA
Emigra da morte
Para oferecer-te novamente um sinal da Vida
Bravia e bela como uma trombada de automóveis
na Plaza de Armas
Eu juro que vi essa Luz
Não deixarei de beijar sua horrenda bochecha
quando seu caixão for fechado
E os carpidores humanos partirem
para seu velho e cansado
Sonho.
E você despertar no Olho do
Ditador do Universo.
Outro milagre estúpido! Estou
enganado mais uma vez!
Sua indiferença! meu entusiasmo!
Eu insisto! Você tosse!
Perdidos no vagalhão de Ouro que
escorre através do Cosmos.
Argh, estou cansado de insistir! Até logo,
eu vou para Pucalpa
para ter visões.
Seus límpidos sonetos?
Eu quero ler seus mais sujos
e secretos rascunhos,
sua Esperança,
na Sua mais obscena Magnificência. Meu Deus!
19 de Maio de 1960
Debaixo da sombra do relógio
da estação
Quando minha sombra visitava Lima
E seu espectro morria em Lima
rosto velho precisando fazer a barba
E minha barba juvenil brotando
magnífica como os cabelos dos mortos
nas areias de Chancay
Porque por engano pensei que você estava
melancólico
Saudando seu pé de 60 anos de idade
com o cheiro de morte
das aranhas no assoalho
E você saudando meus olhos
com sua voz de anisete
Por engano aChando-me genial
por eu ser tffo moço
(meu rock and roll é o movimento de um
anjo voando na cidade moderna)
(seu obscuro arrastar os pés é o movimento
de um serafim que perdeu
suas asas)
Beijo-o na sua gorda bochecha (mais uma vez amanhã
Debaixo do esplêndido relógio de Disaguaderos)
Antes de eu partir para minha morte num desastre aéreo
na América do Norte (há muito tempo)
E você partir para seu ataque do coração numa rua
indiferente da América do Sul
(Ambos rodeados pelos gritos
de comunistas com flores
enfiadas no cu)
—você muito antes de mim —
ou numa longa noite só num quarto
no velho hotel do mundo
observando uma porta negra
...rodeado de pedaços de papel
MORRE COM GRANDEZA NA TUA SOLIDÃO
Velho ,
Eu profetizo a Recompensa
Mais vasta que as areias de Pachacamac
Mais brilhante que uma máscara de ouro batido
Mais doce que o gozo dos exércitos nus
fodendo no campo de batalha
Mais rápida que um tempo passado entre
a velha noite de Nasca e a nova Lima
ao anoitecer
Mais estranha que nosso encontro junto ao Palácio
Presidencial em um café
fantasmas de uma velha ilusSo, fantasmas
do amor indiferente —
A OFUSCANTE INTELIGÊNCIA
Emigra da morte
Para oferecer-te novamente um sinal da Vida
Bravia e bela como uma trombada de automóveis
na Plaza de Armas
Eu juro que vi essa Luz
Não deixarei de beijar sua horrenda bochecha
quando seu caixão for fechado
E os carpidores humanos partirem
para seu velho e cansado
Sonho.
E você despertar no Olho do
Ditador do Universo.
Outro milagre estúpido! Estou
enganado mais uma vez!
Sua indiferença! meu entusiasmo!
Eu insisto! Você tosse!
Perdidos no vagalhão de Ouro que
escorre através do Cosmos.
Argh, estou cansado de insistir! Até logo,
eu vou para Pucalpa
para ter visões.
Seus límpidos sonetos?
Eu quero ler seus mais sujos
e secretos rascunhos,
sua Esperança,
na Sua mais obscena Magnificência. Meu Deus!
19 de Maio de 1960
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