Emílio Moura
Emílio Guimarães Moura foi um poeta modernista, integrante do grupo de modernistas mineiros que ajudaram a revolucionar a literatura brasileira na década de 1920.
1902-08-14 Dores do Indaiá, Minas Gerais, Brasil
1971-09-28 Belo Horizonte
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Calmaria
Água estagnada
nuvem parada,
folha perdida,
pássaro de asa
partida.
¾ Ó vento que morreis,
de leve, de leve,
despertai!
Luz que se apaga,
sombra diluída,
névoa que vaga,
voz que se cala,
ferida.
¾ Ó voz que adormeceis
de manso, de manso,
gritai, gritai!
Tímida esperança,
pálido desejo:
a tarde tão mansa,
tão lânguida a noite
que vem.
¾ Ó alma náufraga,
como tudo o mais:
desesperai!
nuvem parada,
folha perdida,
pássaro de asa
partida.
¾ Ó vento que morreis,
de leve, de leve,
despertai!
Luz que se apaga,
sombra diluída,
névoa que vaga,
voz que se cala,
ferida.
¾ Ó voz que adormeceis
de manso, de manso,
gritai, gritai!
Tímida esperança,
pálido desejo:
a tarde tão mansa,
tão lânguida a noite
que vem.
¾ Ó alma náufraga,
como tudo o mais:
desesperai!
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