NO CUME DA GUARDUNHA
para o Peado Loução
Viver é criar. Subir é ver.
Eu que não criei montanhas, nem aves, nem espaços
vejo-me criá-los ao erguer os braços no ponto mais alto da serra
na Senhora da Penha, em pleno maciço da Guardunha
como Godofredo, o conquistador do Templo, o fez
— quando a cidade sagrada lhe foi entregue
depois de acometida, tomada e saqueada—
brandidas as audácias e a loucura da posse.
Deixando o caminho mais largo, com os meus amigos, começo a subida
do morro firme e vário, como que escondido pela serra maior,
por entre caminhos antigos e pedras de leitura
que nos descobrem os vestígios dos passos, do arquitecto lúcido
que por ali andara há alguns séculos e escolhera aquela região .
para deixar nome em rio, terras, ameias e memórias.
Sinto-me na terra, que é bela e estranha
— gerida por uma força que não se vê, mas sente —
a cada palmo de rocha trepada. Subo para ver
a íngreme escadaria de pedra, própria de deuses
com sinais deles, até ao cume.
Recuperado o fôlego perdido, preso à grande pedra em que me firmo
ergo os braços de punhos cerrados e grito como o vento:
— Sou o senhor do mundo!... O senhor do mundo!...
Viver é criar. Subir é ver.
Eu que não criei montanhas, nem aves, nem espaços
vejo-me criá-los ao erguer os braços no ponto mais alto da serra
na Senhora da Penha, em pleno maciço da Guardunha
como Godofredo, o conquistador do Templo, o fez
— quando a cidade sagrada lhe foi entregue
depois de acometida, tomada e saqueada—
brandidas as audácias e a loucura da posse.
Deixando o caminho mais largo, com os meus amigos, começo a subida
do morro firme e vário, como que escondido pela serra maior,
por entre caminhos antigos e pedras de leitura
que nos descobrem os vestígios dos passos, do arquitecto lúcido
que por ali andara há alguns séculos e escolhera aquela região .
para deixar nome em rio, terras, ameias e memórias.
Sinto-me na terra, que é bela e estranha
— gerida por uma força que não se vê, mas sente —
a cada palmo de rocha trepada. Subo para ver
a íngreme escadaria de pedra, própria de deuses
com sinais deles, até ao cume.
Recuperado o fôlego perdido, preso à grande pedra em que me firmo
ergo os braços de punhos cerrados e grito como o vento:
— Sou o senhor do mundo!... O senhor do mundo!...
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