Ode aos noventanos

Ao meu pai,
nos seus noventa anos.

O tempo é rio
por onde flui o existir.

A energia
que podia se extinguir
renasce,
tocada pelas asas
das borboletas que,
na manhã clara,
se libertam
do capulho alvinitente
do algodoal.

No mimetismo geográfico,
a compreensão dos mistérios
que a alma revolve
no seu dia-a-dia.

Viver é o desafio.
A casa é o desafio.
O pão é o desafio.
Andar é o desafio.
Ver é o desafio.
Ouvir é o desafio.

Vida de vaidade despojada.
Verdade em aço forjada.

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