Lígia Diniz

1951-10-19 Rio de Janeiro
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Depois (de pensar em mim)

De tudo não fica nada
Nem sei se estou em mim
Me dou sem me ter, me entrego
Não sobra, não basta.

De tudo, o que era para ficar não fica
Me tiram de mim porque consinto
Também dos outros tiro
Me troco, nos trocamos.

E o que me resta sou eu,
um salão vazio tão cheio
sozinha em uma multidão.

E assim me vou, me deixando por aí
A cada dia menor e maior
A cada dia menos e mais eu.

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