Poema
estes olhos que vedes e que vos vêem
já viram olhos como eu vejo,
viram lábios mais vermelhos
(não aqui : noutros espelhos)
do que o encarnado do vosso beijo
estes olhos que ausentes me contemplam
agora, reconhecem, por certo, os de outrora
que vos olhavam olhavam, presentes,
vos olhavam da noite à aurora;
estes olhos, ora quedos, ora alados,
vezes ledos, outras tristes,
olhos de si amotinados, olhos
que cegastes pois tanto vistes,
olhos que vêem ermos, e
que se inundam de prazer, de dor,
olhos que querem ver -
estes olhos, são os mesmos, meu amor
já viram olhos como eu vejo,
viram lábios mais vermelhos
(não aqui : noutros espelhos)
do que o encarnado do vosso beijo
estes olhos que ausentes me contemplam
agora, reconhecem, por certo, os de outrora
que vos olhavam olhavam, presentes,
vos olhavam da noite à aurora;
estes olhos, ora quedos, ora alados,
vezes ledos, outras tristes,
olhos de si amotinados, olhos
que cegastes pois tanto vistes,
olhos que vêem ermos, e
que se inundam de prazer, de dor,
olhos que querem ver -
estes olhos, são os mesmos, meu amor
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