Soneto do Mistério Ontológico

Simone, a amada que não sai da mente,
e cuja ausência o próprio amor deplora,
lembra ser o que eu era antigamente
e não o que eu podia ter agora.

Não é mais o problema, em mim tão triste
um mistério de forma disfarçada;
mesmo porque alguma coisa existe,
alguma coisa no lugar do nada.

Qualquer coisa de essência põe Simone
diante de mim, assim como um mistério.
Mas o problema, o que me deixa insone,

é ter que refletir num "eu" tão sério.
Nada há oculto do que me seduz,
que a sombra só existe pela luz.

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