Ciro Costa
Ciro Costa foi um poeta e cronista brasileiro. Filho do coronel José Ferreira da Costa e Dona Antônia Montenegro da Costa. Foi diplomado em direito pela Faculdade de Direito de São Paulo.Referências
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Pai João
Do taquaral à sombra, em solitária furna,
Para onde, com tristeza, o olhar, curioso, alongo,
Sonha o negro, talvez, na solidão noturna,
Com os límpidos areais das solidões do Congo...
Ouve-lhe a noite a voz nostálgica e soturna,
Num suspiro de amor, num murmurejo longo...
E o rouco, surdo som, zumbindo na cafurna,
É o urucungo a gemer na cadência do jongo...
Bendito sejas tu, a quem, certo, devemos
A grandeza real de tudo quanto temos!
Sonha em paz! Sê feliz! E que eu fique de joelhos,
Sob o fúlgido céu, a relembrar, magoado,
Que os frutos do café são glóbulos vermelhos
Do sangue que escorreu do negro escravizado!
Para onde, com tristeza, o olhar, curioso, alongo,
Sonha o negro, talvez, na solidão noturna,
Com os límpidos areais das solidões do Congo...
Ouve-lhe a noite a voz nostálgica e soturna,
Num suspiro de amor, num murmurejo longo...
E o rouco, surdo som, zumbindo na cafurna,
É o urucungo a gemer na cadência do jongo...
Bendito sejas tu, a quem, certo, devemos
A grandeza real de tudo quanto temos!
Sonha em paz! Sê feliz! E que eu fique de joelhos,
Sob o fúlgido céu, a relembrar, magoado,
Que os frutos do café são glóbulos vermelhos
Do sangue que escorreu do negro escravizado!
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