Visão Noturna

Como surge do linho alvo e fragrante
Esplêndida mulher formosa e nua,
Já despida das brumas do Levante
Pálida e bela me parece a Lua.

Sobe, forma de sonho deslumbrante,
No manso lago sideral flutua,
E límpido lhe brilha o corpo amante,
E o seio à tepidez da vaga estua.

Avança sem temor, Náiade ousada,
Serenamente, airosamente nada,
E as mansas vagas osculando-a pelas

Úmidas pomas, pela espádua albente,
Ela vai-se, enredada docemente
Nos nenúfares brancos das estrelas.

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