Poiésis

Vinhas
e eu não sei donde
nem porque vinhas
mas à tua chegada
alguma coisa se iluminava
e crescia

Revelação,
interminável afã de quem se busca
na imensidão dos estilhaços
que de si dispersos
vogam por aí

Vinhas e trazias
dores de punhais e mel
e cada sílaba carregava
o gosto a verdade

Silenciada a fonte,
de quando em vez se sente ainda,
hoje
menos cismo e mais corrente.

Só por vires
abençoada sejas

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