Celso Ciampi

Celso Ciampi

Mineiro de Juiz de Fora. Poeta, autor do livro "Minhas Faces", escrevo sobre o amor, a vida e de tudo um pouco. Membro convidado da Academia de Letras da Manchester Mineira. Participo do projeto "POESIA NA ESCOLA", fui selecionado para compor a antologia "POESIA BR!", em um concurso nacional.

1971-12-16 Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil
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Alguns Poemas

FUI PARA LÁ

Eu saí daqui,
Para outro lugar,
Para onde eu não sei,
Nem acho que vou ficar.

Longe, depois do monte,
Tem flores que nunca vi,
Eu andei naquela direção,
Num abismo quase caí.

Então dei a volta,
Encontrei uma passagem,
Quando terminei de atravessar,
Quebrou-se aquela ponte.

Não tinha mais como voltar,
Segui em frente, estava cansado,
Encontrei algumas frutas,
Pronto, estava alimentado.

Tomei água fresca
Que saía de uma mina,
Ela era tão gostosa,
Levei um pouco comigo.

Escalei aquele monte,
Bem devagarinho,
Dormi lá em cima,
Fiz cama com matinho.

O sol me acordou cedo,
Então vi as flores lá no campo,
Desci o morro acelerado,
Levei alguns tombos.

Quando cheguei na baixada,
Havia uma cerca a me parar,
Ela era toda fechada,
Na placa dizia: "você não pode entrar!"

Pulei a cerca com muito esforço,
Corri em direção às flores,
De repente um estrondo,
Caí sentindo dores.

Era um capataz armado,
Que me acertou um tiro,
Eu estava todo lascado,
Apaguei em delírio.

Depois eu estava num campo,
Todo branco e bem cuidado,
Um senhor bem educado,
Permitiu a minha entrada.

Foi então que percebi
Que tudo estava acabado,
Eu estava morto, descobri,
Era um espectro não alado.

Daí outro homem me chamou,
Tinha cara de poucos amigos,
Com uma prancheta listou,
Os meus pecados cometidos.

Disse que ali eu não podia ficar,
Que era outro o meu lugar.
Apagou-se tudo num segundo,
Acordei e estava a me queimar.

Então eu pedi clemência,
Mas não tinha ninguém para me escutar.
Eu saí atrás de flores, pulei uma cerca
Que nunca devia pular.
 

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