O RUGIDO ESQUIZO DOS MOTORES
O Mendigo Kamaiurá atravessa lentamente a rua
embaixo do Minhocão.
O sinal está fechado para ele.
Buzinas esgoelam, motores rosnam,
vendedores de planos de saúde suam e bufam.
A garganta congestionada
do shopping Paradise
cospe pastilhas de urina
na cara de dois mil clones de Pedro Bial.
Um ônibus atropela uma barata.
Demiurgo bêbado, doente, esfarrapado
e fedendo a merda,
o Mendigo Kamaiurá desenha gestos insanos no ar,
indiferente ao rugido dos automóveis.
Lili Maconha observa a cena pela janela
do Trem Fantasma.
Tatua mais uma cicatriz no antebraço.
Com a gilete afiada do desespero.
embaixo do Minhocão.
O sinal está fechado para ele.
Buzinas esgoelam, motores rosnam,
vendedores de planos de saúde suam e bufam.
A garganta congestionada
do shopping Paradise
cospe pastilhas de urina
na cara de dois mil clones de Pedro Bial.
Um ônibus atropela uma barata.
Demiurgo bêbado, doente, esfarrapado
e fedendo a merda,
o Mendigo Kamaiurá desenha gestos insanos no ar,
indiferente ao rugido dos automóveis.
Lili Maconha observa a cena pela janela
do Trem Fantasma.
Tatua mais uma cicatriz no antebraço.
Com a gilete afiada do desespero.
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