Fernão Rodrigues Lobo Soropita
De alcunha o Soropita, é sobretudo conhecido como o compilador e prefaciador da primeira edição das Rhythmas de Camões
Lisboa
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Escritor quinhentista português, natural de Leiria. Contemporâneo de Camões, pouco se sabe sobre a sua vida. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, foi um jurisconsulto de reconhecidos méritos em Lisboa. Dos seus tempos de estudante boémio veio-lhe a alcunha «Soropita», com variantes desde «Surropita» a «Zarapita». Foi um dos humanistas mais prestigiados do seu tempo. D. Francisco Manuel de Melo chamava-lhe «Poeta Mestre» e Faria e Sousa considerava-o «engenhoso e grande poeta». Depois disso parece ter caído no esquecimento, pelo menos até ao século XIX, altura em que Camilo Castelo Branco reuniu e editou a sua obra, sob o título Poesias e Prosas Inéditas (1868), acompanhada de um prefácio e uma biografia. Nesses inéditos, além de composições suas, circulavam também obras do autor de Corte na Aldeia, Francisco Rodrigues Lobo, muito provavelmente seu parente. É de crer que sejam realmente seus os poemas líricos e satíricos que anunciam já o gongorismo e denotam influências da lírica camoniana. Cabe-lhe a honra de ter sido ele o compilador da primeira edição das Rimas (1595) de Camões, acompanhada de um prólogo da sua autoria onde faz uma apreciação da obra do grande poeta. Dois anos depois, publicou um trabalho de jurisprudência, Informação de Direito (1597). Como prosador era dotado de uma linguagem coloquial e leve.
Autor de belas poesias líricas, sobretudo sonetos, Fernão Rodrigues Lobo Soropita é um dos mais genuínos e interessantes poetas portugueses do início do século XVII