Joaquim Paço d'arcos

Romancista, novelista, poeta, dramaturgo e ensaísta português, natural de Lisboa. Tendo o seu pai o cargo de governador colonial, viveu em Moçambique Macau, tendo ainda exercido a actividade de jornalista no Brasil, entre 1928 e 1930. Seis anos mais tarde, seria nomeado chefe dos serviços de imprensa do ministério dos negócios estrangeiros, lugar que ocupou durante mais de duas décadas. Consagrou-se sobretudo como ficcionista, área em que mais se fizeram sentir os favores da crítica e do público, tanto em Portugal como no estrangeiro. Estreou-se literariamente com o romance Herói Derradeiro (1933), e desde essa altura publicou mais de uma dezena de livros, repartidos pelos mais diversos géneros. Depois de Herói Derradeiro seguiram-se os romances Amores e Viagens de Pedro Manuel (1935), Diário de um Emigrante (1936), Ana Paula (1938), com o qual obteve o seu maior sucesso de público, Ansiedade (1940), O Caminho da Culpa (1943), Tons Verdes em Fundo Escuro (1947), Espelho de Três Faces (1950), A Corça Prisioneira (1951) e a recolha de novelas Memórias de Uma Nota de Banco (1961). No domínio do ensaio, destaca-se o livro Eça de Queirós e o Século XX (1948). A sua obra foi premiada diversas vezes, recebendo o Prémio Eça de Queirós (1936), o Prémio Fialho de Almeida (1942) e o Prémio Gil Vicente (1944), entre outros. Uma das características mais marcantes da sua obra é a análise objectiva que faz de determinadas figuras humanas características da sua época. Essas figuras pertencem a meios conotados com a alta e média burguesia, nos quais o autor se movimentava e que conhecia bem. Na sua obra encontra-se reflectida muita da sua vivência pessoal. Escritor viajado, excelente observador e analista de tipos humanos, revelou grande sensibilidade no desenho das figuras femininas dos seus livros. Com uma técnica narrativa fluente, colocou especial cuidado no enredo dos seus romances