Luís Gama
Luís Gonzaga Pinto da Gama foi um rábula, orador, jornalista e escritor brasileiro. Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade.
1830-06-21 Salvador, Bahia, Brasil
1882-08-24 São Paulo, Brasil
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
Luiz Gama (Salvador BA, 1830 - São Paulo SP, 1882) era filho de escravos, e foi vendido pelo pai, em 1840, por causa de uma dívida de jogo. Comprado em leilão pelo alferes Antonio Pereira Cardoso, passou a viver em cativeiro em Lorena SP. Em 1847 foi alfabetizado por Antonio Rodrigues do Prado Júnior, hóspede de Antonio Pereira Cardoso. No ano seguinte fugiu da fazenda e foi para São Paulo SP. Lá casou-se, por volta de 1850, e freqüentou o curso de Direito como ouvinte, mas não chegou a completá-lo. Em 1864 fundou o jornal Diabo Coxo, do qual foi redator. O periódico era ilustrado pelo italiano Angelo Agostini, considerado marco da imprensa humorística em São Paulo. Entre 1864 e 1875 colaborou nos jornais Ipiranga, Cabrião, Coroaci e O Polichileno. Fundou, em 1869 o jornal Radical Paulistano, com Rui Barbosa. Sempre utilizou seu trabalho na imprensa para a divulgação de suas idéias antiescravistas e republicanas. Em 1873 foi um dos fundadores do Partido Republicano Paulista, em Itu SP. Nos anos seguintes, teve intensa participação em sociedades emancipadoras, na organização de sociedades secretas para fugas e ajuda financeira a negros, além do auxílio na libertação nos tribunais de mais de 500 escravos foragidos. Por volta de 1880, foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana. Os poemas de Luís Gama estão vinculados à segunda geração do Romantismo. Entretanto, segundo o crítico José Paulo Paes, "distanciando-se dos literatos da época pelo seu realismo de plebeu, Luiz Gama deles se distanciava também pela concepção que tinha da literatura. Para ele, ser poeta não era debruçar-se sobre si mesmo, num irremediável narcisismo, mas voltar-se para o mundo, medi-lo com olhos críticos, zurzir-lhe os erros, as injustiças, as falsidades.".
Luis Gama nasceu em Salvador, Bahia, em 1830. Era filho de um fidalgo português e daquela que, um dia escrava, veio a se tornar uma das grandes líderes políticas e revolucionárias brasileiras no século XIX –Luísa Mahin – a qual, sequestrada na África da tribo Mahin, nação islâmica Jeje-Nagô, esteve envolvida na articulação de revoltas e tentativas de revolução como a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837-1838).
Luis Gama foi vendido pelo pai para pagar uma dívida de jogo. Na fazenda do alferes que o comprara, Antonio Pereira Cardoso, aprendeu a ler e escrever antes de fugir para São Paulo, onde passou a frequentar o curso de Direito como ouvinte e fundou, em 1864, o jornalDiabo Coxo. Em 1869, fundou com Rui Barbosa o jornalRadical Paulistano, no qual difundiu os ideais que levariam, finalmente, tanto à Abolição (oficial) da escravidão no Brasil como à proclamação da República, cofundando ainda, em 1873, o Partido Republicano Paulista. Colaborou ativamente na resistência contra o racismo e a escravidão, na organização de fugas e ajuda financeira a companheiros negros, assim como na defesa, em tribunais, de centenas de escravos foragidos. Liderou a Mocidade Abolicionista e Republicana. Luís Gama morreu em São Paulo em 1882.
Tal qual foi o caso dos melhores autores brasileiros do século XIX, como Sapateiro Silva e o próprio Sousândrade de "O Inferno de Wall Street"; sem mencionar a escrita além-gêneros de Qorpo-Santo; a prosa genial de Machado de Assis e Raul Pompeia ou o Cruz e Sousa de "Litania dos pobres" (estes fundadores da Modernidade Poética Brasileira), o ótimo poeta Luís Gama dedicou-se a uma escrita crítico-satírica e de escárnio invectivo que, muito além do modernismo do Grupo de 22 (tantas vezes infantilmente celebratório), segue, como nos melhores textos destes gigantes do século XIX, a mostrar a inviabilidade crônica do projeto de nação no qual as elites estúpidas deste país ainda insistem, às custas da exclusão de tantos. São autores ética e esteticamente conscientes de seu momento histórico, mestres formais e de estilo, sem qualquer noção infantilizada de "independência estética" da Literatura sobre a História. Como ainda o são Lima Barreto, Augusto dos Anjos e o Euclides da Cunha d´Os Sertões, este nosso épico de fundição e "findação" da nação, não de fundação, como encontramos nos épicos clássicos e seus "mitos fundadores". Os textos de Luiz Gama, Qorpo-Santo, Sapateiro Silva, Machado de Assis, Raul Pompeia, Sousândrade e Cruz e Sousa não se queremmitos da fundação, mascrônicas do afundanço.
Quem ousará dizer que poemas como "O Barão da Borracheira" e "Sortimento de Gorras para a Gente do Grande Tom" não são atualíssimos? Ler Luiz Gama hoje poderia ajugar-nos a lembrar que o poeta deveria/poderia ser oposição, não importa quem esteja no Poder. Poesia moderna, de Catulo a Sousândrade, sempre pré-distópica.
--- Ricardo Domeneck
Ver também
larissa
quando foi publicado isso?
15/maio/2019
zac
este homen heis de ser muito corajoso pois naquela epoca tudo era dificil principalmente para negros
20/março/2019
faridi
Para um negro, ser poeta nesta época! Primeiro na Bahia, depois em São Paulo, imagino o que o gênio inquieto de Luíz sofreu. Admiro e respeito, é uma referência de coragem resistência e talento. Coragem que poucos tiveram, e poucos tem. Desafiar fidalgos e patifes, não é pra qualquer um não!
11/abril/2018
MAILA
MUITO INTERRESANTE
26/outubro/2017