Se queres conquistar sabedoria,
E a buscas mesmo com sinceridade,
Tem com as abstrações intimidade
Sem te entregares à melancolia.
Faz como Jeremias, o profeta,
Que, sem abandonar a obliquidade
Da revelação, desceu à cidade
E entrou numa olaria tão discreta.
Estende sem temor a tua mão
Ao barro da vida cotidiana
E sobe novamente em direção
Ao cume do pensamento que clama
Por um posterior retorno ao chão
De onde subirá qual nova chama.