Alguns Poemas

Tanque D’arca


 

Do alto do cruzeiro,

Aos baixos da cohab,

Das estradas de terra,

As quais eu percorria em busca dos frutos do solo,

A tua imensidão é verde,

Verde como as matas que te acercam,

Dos campos às serras do alto do cruzeiro.

Terra onde o carnaval aquecia a folia

E fazia-nos pular e farrear como se o amanhã nunca houvesse.

Como se a felicidade inundasse-nos de alegria e excitação pela vida,

Como se infelicidade acabasse em meio aos seios do carnaval,

O qual gozávamos do prazer de ter em nossas vidas.

Havia os meses de corre bicho,

Os quais ainda me recordo, com clareza, do temor que me causavam.

A noite o medo reinava,

Mas não o medo da cidade,

Reinava, aquele..., o medo dos mitos e contos,

Os quais, até as comadres e compadres temiam.

Aquele bendito fogo corredor, o pavor das comadres e dos compadres.

Arrodeávamos a fogueira e os mais velhos profeririam os contos,

Não havia nenhuma singela criança que não temesse aqueles contos de horror.

O “papo-figo” e a maldita ‘camboquinha”, quem não havia de temê-los?

E até o pobre dezoito.

Lá ela habitava, onde ninguém soubera

Lá onde aqueles que não lhe traziam fumo haviam de sofrer.

Onde entrelaçava seus cabelos,

E usava-os contra os maus aventureiros

E aqueles que ousassem a desrespeitar.

E eu, preso entre mitos e contos, a temera como o pior inimigo.

Tanque D’arca, terra dos medos e dos mitos,

Dos bons e dos maus,

Dos nomes engraçados

Das memórias de outrora de uma simples criança,

Das formigas e daqueles que houveram de ir e nunca mais voltaram,

Mas nunca houveram de sair de minhas memorias.

Tanque D’arca, terra do bom pai Merquido

E da boa mãe Bem Vinda,

Ainda os guardo em meu coração,

Ainda guardo as boas histórias e memórias que tivera com vós.

Do dia em que o boi pulou a cercar,

E eu com medo procurei refúgio ao seu lado.

Aquela criança temia ser pega pelo boi da cara preta.

Tanque D’arca das águas que corriam pelos rios e cacimbas...

E nas bicas que nos banhava,

Rodeadas pelo verde das matas e fazendas,

Que lá se encontrara.

Tanque D’arca, terra do bom velho,

De coração alegre                                                                                                                                      

E de caráter indulgente.

Onde em sua calçada sentava

E deleitava-se de boas rimas de embolada.

Lá é onde suas madrinhas e padrinhos vivem

Lá é onde aqueles que eu amava

Descansam...

Terra que não vive sem bênção.

Bênção, vó,

Bênção, tio,

Mas nunca bênção, pai.

Terra onde os tropejos das florestas são temidos.

Terra da deusa-mãe que benzia a erisipela do pobre menino doente,

Terra de minha avó.

Terra dos dialetos algaraviados ao ouvido do moço da cidade

Tanque D’arca, terra de memórias tão ávidas.

Tanque D’arca


Do alto do cruzeiro,

Aos baixos da cohab,

Das estradas de terra,

As quais eu percorria em busca dos frutos do solo,

A tua imensidão é verde,

Verde como as matas que te acercam,

Dos campos às serras do alto do cruzeiro.

Terra onde o carnaval aquecia a folia

E fazia-nos pular e farrear como se o amanhã nunca houvesse.

Como se a felicidade inundasse-nos de alegria e excitação pela vida,

Como se infelicidade acabasse em meio aos seios do carnaval,

O qual gozávamos do prazer de ter em nossas vidas.

Havia os meses de corre bicho,

Os quais ainda me recordo, com clareza, do temor que me causavam.

A noite o medo reinava,

Mas não o medo da cidade,

Reinava, aquele..., o medo dos mitos e contos,

Os quais, até as comadres e compadres temiam.

Aquele bendito fogo corredor, o pavor das comadres e dos compadres.

Arrodeávamos a fogueira e os mais velhos profeririam os contos,

Não havia nenhuma singela criança que não temesse aqueles contos de horror.

O “papo-figo” e a maldita ‘camboquinha”, quem não havia de temê-los?

E até o pobre dezoito.

Lá ela habitava, onde ninguém soubera

Lá onde aqueles que não lhe traziam fumo haviam de sofrer.

Onde entrelaçava seus cabelos,

E usava-os contra os maus aventureiros

E aqueles que ousassem a desrespeitar.

E eu, preso entre mitos e contos, a temera como o pior inimigo.

Tanque D’arca, terra dos medos e dos mitos,

Dos bons e dos maus,

Dos nomes engraçados

Das memórias de outrora de uma simples criança,

Das formigas e daqueles que houveram de ir e nunca mais voltaram,

Mas nunca houveram de sair de minhas memorias.

Tanque D’arca, terra do bom pai Merquido

E da boa mãe Bem Vinda,

Ainda os guardo em meu coração,

Ainda guardo as boas histórias e memórias que tivera com vós.

Do dia em que o boi pulou a cercar,

E eu com medo procurei refúgio ao seu lado.

Aquela criança temia ser pega pelo boi da cara preta.

Tanque D’arca das águas que corriam pelos rios e cacimbas...

E nas bicas que nos banhava,

Rodeadas pelo verde das matas e fazendas,

Que lá se encontrara.

Tanque D’arca, terra do bom velho,

De coração alegre                                                                                                                                      

E de caráter indulgente.

Onde em sua calçada sentava

E deleitava-se de boas rimas de embolada.

Lá é onde suas madrinhas e padrinhos vivem

Lá é onde aqueles que eu amava

Descansam...

Terra que não vive sem bênção.

Bênção, vó,

Bênção, tio,

Mas nunca bênção, pai.

Terra onde os tropejos das florestas são temidos.

Terra da deusa-mãe que benzia a erisipela do pobre menino doente,

Terra de minha avó.

Terra dos dialetos algaraviados ao ouvido do moço da cidade

Tanque D’arca, terra de memórias tão ávidas.

O bom cidadão

Pro bom governador

É mais fácil matar mais um favelado,

Pegar mais uma arma

E matar mais um preto,

Do que criar mais escola.

O bom cidadão não discorda,

Acha que mais um favelado morto é menos um vagabundo na terra.

Pro bom cristão

Deixa nascer,

Mas mata depois,

Porque só é vida quando quer,

Porque direito é pra cidadão direito.

Pro bom cristão, criança que rouba não é cidadã,

Pra esses bons cidadãos Brasil a fora,

Criança rouba porque quer,

Porque pro bom cidadão não existe pobreza.

Pro bom cidadão é melhor mais um no caixão do que mais um livro na mão.

O bom cidadão aceita calado a pec. 287

Mas só falta morrer contra uma mulher no poder.

O bom cidadão é aquele que bate panela,

Mas aplaude e aceita calado aquele que rouba o Brasil.

O bom cidadão é aquele obediente, calado e submisso.

O bom cidadão não fala, não vê, não sente, mas escuta.

O bom burguês acha melhor mais um na miséria do que mais um prato na mesa

Pro bom burguês é melhor mais miséria do que menos cifra no fim do mês.

Já o bom presidente é aquele que tira direito, mas tem boa propaganda,

Tem a mídia ao seu lado,

Tem o congresso e o senado

Quiçá o judiciário...

O bom deputado anda cheirado, mas não é cheirado.

O bom deputado rouba, mas não é roubado

Ele tem a mídia ao seu lado

Apoia o panelaço, mas não apoia a lava jato

Pois, ele sabe que se apoiar, vai ser caçado.

Mas tem aquele bom deputado diferente,

Aquele que rouba dinheiro da merenda

Pra alimentar o seu cachorro

E pagar viagem pro “estrangeiro”.

Não podia esquecer o cidadão direito,

Aquele que reza aos domingos

E espanca a mulher nas segundas.

Esses são os bons cidadãos do meu Brasil varonil.
-
jaiamiranda
Status: Sem ar após conhecer este poema!!!!
25/junho/2020

Quem Gosta

Seguidores