Rerismar Lucena

Rerismar Lucena

Sonhei...
Com árvore e jardim... (cajueiro)
E flores, e deus!

***Todos os poemas são de minha autoria, escritos em algum momento de minha vida.

1971-07-03 Uiraúna - PB
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Alguns Poemas

Vontade que instiga o: “Animal de rebanho”.

 São Bernardo do Campo, 13 jun. 2020. Às 19h00.
 Poema de: Rerismar Lucena de Morais.
 
Vontade que instiga o animal,
Desnuda, Incita desejos primitivos.
Concita a mente dormente à perversão
Aduz  animalesco atos distintos.
 
Oh! maculada flor do desengano
Foi-se incutida de ira – ressentimento 
Infunde ideias, anseios e tormentos.
Enraivece o homem, do privilégio dos raros.
E, por não poder ser, dilapida as diferenças.
 
Más inclinações, desmedido instinto de altivez
Abalançamento de valores ou grei de fino trato?
Apenas aumento de reatividade, do manejo!
 
Alude autorrevelação de emoções motoras
- esperança e medo. Animal de manada, ou
Manifestação socialmente responsável dos disciplinados?
 
A sociedade oscila entre:
“Animal de rebanho” de Friedrich Nietzsche
                                    “Pretensão de igualdade que, tanto nas línguas como nas artes e nas ciências, falseia
                          o mundo para enquadrá-lo no previamente entendido. Marcado pela ausência de
                          pensamento próprio, origi­nal, o homem de rebanho tem apenas ideias vulgares”.
 
e “Lógica de rebanho” da revista – Super interessante.
                                   “Os animais nem sempre andam em manadas para aumentar as chances de
                          sobrevivência. Às vezes, o bando forma-se por puro acaso. Alguns seguem
                          estratégias impressionantes. Confia na experiência do líder”.
                                                                                   (Revista: Super Interessante. Lógica de rebanho)
 
Mas, a imunidade de rebanho nem sempre se aplica, pois existe sempre
uma alcateia travestida no rebanho.
 
                                                                                              Rerismar Lucena

O néscio do amor

São Bernardo do Campo, 19 jun. 2020. Às 14h50.
Poema de: Rerismar Lucena

Algo que é a causa de outra coisa 
Aquilo que não se consegue evitar 
Não os temas, porque nada há encoberto 
N’aquilo que há de se revelar. 

O mundo recobraria clareza 
Se o amor, o eterno amor do amar 
Sujeitar alguém a alguma coisa 
Se se abrasar na vontade vulgar. 

Que então, hajas de se saber 
No cativo amor se revelar. 
Onde habita a cegueira do amor 
Na efígie ilusória do amar. 

Se pudesse te beijar, agora 
Numa experiência sensorial empírica 
O néscio do amor surgiria [em chama], 
Na sujeição das paixões humana. 
 
               (Rerismar Lucena, 19 jun. 2020.) 

_________________________
Sujeitar - Submeter; fazer com que se torne dependente ou submisso por meio de violência ou de persuasão. 
Abrasar - Transformar em brasa; aquecer muito; queimar. 
[Figurado] Ter sentimentos intensos; apaixonar: a felicidade abrasa minha vida; sua paixão me abrasa. 
Cativo - Sem liberdade; preso, encarcerado. Seduzido por algo ou por alguém; atraído. Que está sujeito a; obrigado. 
 Efígie - Representação, imagem de uma pessoa numa moeda, numa medalha. 
Empírico - Característica daquilo que se baseia na experiência ou dela resulta. Característica daquilo que é resultado da prática, da observação e não da teoria. 
 Néscio - Característica de quem não possui conhecimento, capacidade, sentido ou coerência. 
Sujeição - Ação de subjugar, de sujeitar alguém ou si próprio; submissão, subjugação, obediência.

A Igualdade Como Ferramenta de Controle

A Liberdade Em Cativo
PARTE I:
São Bernardo do Campo, 24 jan. 2021 às 13hs55.

Em nome da igualdade, ou restauração da verdade identitária
A liberdade já não liberta:  é prisioneira da vontade.
— O livre arbítrio sob o jugo da potestade.
Da relação construída por obediência paritária.
 
Dependente da vontade de uma nefasta liberdade,
Que provoca prazer ou contentamento inebriante.
O pressuposto único da ideologia cativante
Na hierarquização libertadora da igualdade
 
Que impõe forja à moral, ao livre arbítrio, a consciência;
Sob a presunção de garantir a “verdadeira igualdade”.
A liberdade de expressão — como pantomima da maldade,
Na visão tosca do déspota que impõe obediência.
 
Incorpora ignorância a distopia da normatividade
Como se liberdade é uma espécie de subversão:
Pressuposto dos alienados que nascem na servidão.
 
Repele o poder da autonomia e da espontaneidade,
Para se ver livre da barbárie e da liberdade arbitrária:
Cerceia-se às vozes ressonantes contrárias.
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O que te liberta, também te aprisiona. Pois o homem é servo de suas necessidades imediatas.

                                           “O homem aliena-se de sua própria liberdade, mentindo para si mesmo
                                            através de condutas e ideologias que o isentem da responsabilidade sobre
                                            as próprias decisões”.  Jean-Paul Sartre (1905-1980) 
(Rerismar Lucena, 24 jan. 2021).

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