Somente

E na saudade se instaura a dor.

A desmedida solidão arrasa n'alma da mesma forma que o toque inebria o corpo. O que resta são fragmentos de pensamento, nos devaneios que torturam a mente.

Nas mãos que imploram pela carícia tenra na tez. A firmeza em que tomas a carne. A perversa lamúria da insensatez.

O beijo que arrasta mares, oceanos. Entre ondas de salivas, na língua que declama a poesia mais pura e ao mesmo instante percorre todos os instintos.

Os cabelos emaranhados caem nas costas e atravessam os dedos que se agarram.

Nas curvas sinuosas do desejo, movimentos impetuosos, dislexia de prazer.

O contorno das formas, à sombra da perfeição mais imperfeita.

Em suores que se misturam, num banho náufrago de perdição.

Na esquizofrenia da vida, se perdem caminhos...

... Obscuros, malditos, soturnos. Bastam-se!
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