Carla Furtado Ribeiro

Carla Furtado Ribeiro

Poetisa

1977-06-13 Coimbra
52242
2
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HOJE

Hoje estou 
Só entre palavras
Que teimam em permanecer
Como pedras
Silentes e paradas
No livro branco onde me habito.

Perdi-me das horas que restavam
E o crepúsculo emergiu por mim
Excessivamente adentro,
Em escuridão descompassada.
Em vão, uma chama bruxuleante arde
Como estrela imperturbável

(...pudesse a beleza transformar-me …)

Arde como um incêndio que grassa
Nas montanhas. Mas, ao longe…
Onde não queima, não aquece,
Não se extingue, nem permanece,
Onde é apenas um fulgor a acender
De luz um céu dolente,
E em mim
Um desejo de arder somente
Sem palavras e sem gestos.

Uma certeza: de ser mais
Do que um rosto incógnito
Na noite inalterável.

Talvez uma alma que se consome em outra Alma
Talvez um átomo de luz a clarear a noite
A minha, a tua, a nossa noite
A noite  dos desalumbrados.……
 

1745
4

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-
Paulo_Jorge
Muito longe de estarmos sós quando nos celebramos em catarses neste mar de tormentas e escritas de sol poente... Vou-me continuar a perder na sua poesia entretanto, Parabéns sinceros
23/dezembro/2013

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