Helio Valim

Helio Valim

Alguém interessado em usar a poesia como uma crônica poética do cotidiano, com realismo e imaginação. Possuo mais de 30 anos no magistério superior tendo lecionado em Instituições de Ensino no Rio de Janeiro.

1959-10-03 Rio de Janeiro
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Paradoxo de Hermes (Miniconto)


Hermes (nome do Deus da mitologia grega que, entre outros atributos, era o “mensageiro”), jovem e inteligente, sem família ou amigos, não conseguia conter seus instintos, que permitiam o surgimento de seu lado obscuro, aflorando nas ruas da vida, no seu dia a dia em agonia.

Desorientado, desconectado do mundo real, armado pronto para tudo, vagava sem destino pelos becos da cidade. Precisando de dinheiro para seus vícios, buscava por uma  presa.

Ao passar por um beco percebeu a silhueta de um homem, bem vestido, aparentando possuir posses. Nesse momento, sem hesitar disparou a arma, atingindo-o. Percebendo que o senhor já não mais respirava, retirou seus pertences e fugiu.

Dias depois, foi capturado, julgado e condenado por latrocínio. Sendo primário e por estar drogado, fora da consciência, teve a pena reduzida, sendo encaminhado ao presídio.

No presídio, Hermes contou com ajuda e apoio adequado. Seu intelecto diferenciado é reconhecido, então ele consegue estudar e se forma em física. Ao término do cumprimento da sua pena, continuando os estudos, torna-se doutor em física quântica, especializando-se em dobras do espaço-tempo.

No futuro, mais velho, desenvolve um aparato que controla a antimatéria e permite observar o tempo passado. Aprimorando tal aparelho e consegue criar uma dobra no espaço-tempo e volta ao passado para avisar e impedir o crime que cometera e que tanto o atormentava.

Ao chegar naquele beco, nos minutos que antecederam ao momento fatídico, nota a chegada de seu “eu do passado”, mas antes que pudesse fazer algo é alvejado por ele.

Na iminência de morrer percebe que está preso no paradoxo, do mensageiro, que jamais conseguirá entregar a mensagem e interromper esse ciclo de eterno sofrer. Hermes intui, nesse momento, ser a fonte da sua salvação e, também, da sua perdição, mas jamais da sua paz.
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