Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
1961-06-20 Bolama
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Ponto de fuga
Escondi-me num silêncio revelador e acutilante
Recolhendo da madrugada toda a luz imersa
Nesta catarse de desejos inebriantes
E assim brota a esperança suspensa num cardume
De ilusões tão gratificantes, sorvendo cada gota desta
Saudade urgente, refinada...ofegante
Deixo por momentos a semi-recta da solidão colidir com
A bissectriz de um sonho geometricamente desenhado entre
Nosso ponto de fuga e a raiz quadrada deste verso bem alinhado
E no vício da escrita me embrenho pois necessito desta lógica
Sistemática derivando em cada estrofe qual axioma aritmético
Multiplicação de tão óbvias palavras numa rima dedutiva e hipotética
Quão genéticos se tornaram os sonhos nesta engenharia poética
Dando à luz o software de paixões alegóricas complementando este
Teorema de amor esquemático, proporcional...apologético
De cálculo em cálculo divido a asserção deste sistema operativo executando
A linguagem universal colhida e armazenada na interface da vida
Preciso desktop onde cogito cada rima frenética, explícita... tão atrevida
Em algoritmos codifico o quociente do silêncio que se aloja na drive
Da minha memória interna...alimentando aquele gigabyte de amor que o
Amor arquiva, computa e sempre quando quer...acessa e loucamente nos disputa
Frederico de Castro
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