Castro Alves
Antônio Frederico de Castro Alves foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
1847-03-14 Curralinho, Castro Alves, Bahia, Brasil
1871-07-06 Salvador, Bahia, Brasil
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A Eugênia Câmara
Ainda uma vez tu brilhas sobre o palco,
Ainda uma vez eu venho te saudar...
Também o povo vem rolando aplausos
Às tuas plantas mil troféus lançar...
Após a noite, que passou sombria,
A estrela-d`alva pelo céu rasgou...
Errante estrela, se lutaste um dia,
Vê como o povo o teu sofrer pagou...
Lutar!... que importa, se afinal venceste?
Chorar!... que importa, se afinal sorris?
A tempestade se não rompe a estátua
Lava-lhe os pés e a triunfal cerviz.
Ouves o aplauso deste povo imenso,
Lava, que irrompe do pop'lar vulcão?
É o bronze rubro, que ao fundir dos bustos
Referve ardente do porvir na mão.
O povo... o povo... é um juiz severo,
Maldiz as trevas, abençoa a luz...
Sentiu teu gênio e rebramiu soberbo:
— P'ra ti altares, não do poste a cruz.
Que queres? Ouve! — são mil palmas férvidas,
Olha! — é o delírio, que prorrompe audaz.
Pisa! — são flores, que tu tens às plantas,
Toca no fronte — coroada estás.
Descansa, pois, como o condor nos Andes,
Pairando altivo sobre terra e mar,
Pousa nas nuvens p'ra arrogante em breve
Distante... longe... mais além voar.
Recife, 1866.
Publicado no livro Obras completas (1921). Poema integrante da série Hinos do Equador.
In: ALVES, Castro. Obra completa. Org. e notas Eugênio Gomes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 198
Ainda uma vez eu venho te saudar...
Também o povo vem rolando aplausos
Às tuas plantas mil troféus lançar...
Após a noite, que passou sombria,
A estrela-d`alva pelo céu rasgou...
Errante estrela, se lutaste um dia,
Vê como o povo o teu sofrer pagou...
Lutar!... que importa, se afinal venceste?
Chorar!... que importa, se afinal sorris?
A tempestade se não rompe a estátua
Lava-lhe os pés e a triunfal cerviz.
Ouves o aplauso deste povo imenso,
Lava, que irrompe do pop'lar vulcão?
É o bronze rubro, que ao fundir dos bustos
Referve ardente do porvir na mão.
O povo... o povo... é um juiz severo,
Maldiz as trevas, abençoa a luz...
Sentiu teu gênio e rebramiu soberbo:
— P'ra ti altares, não do poste a cruz.
Que queres? Ouve! — são mil palmas férvidas,
Olha! — é o delírio, que prorrompe audaz.
Pisa! — são flores, que tu tens às plantas,
Toca no fronte — coroada estás.
Descansa, pois, como o condor nos Andes,
Pairando altivo sobre terra e mar,
Pousa nas nuvens p'ra arrogante em breve
Distante... longe... mais além voar.
Recife, 1866.
Publicado no livro Obras completas (1921). Poema integrante da série Hinos do Equador.
In: ALVES, Castro. Obra completa. Org. e notas Eugênio Gomes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 198
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