Mágoa Renitente

Há nesta vida instantes dulçurosos
Concedidos às almas desgraçadas,
Que são, bem como as claras madrugadas,
Alvos, meigos, brilhantes, luminosos!

Esquecidos da mágoa, descuidosos,
Vamos então a rir pelas estradas,
Vendo alegres nas flores orvalhadas
A miragem dos dias venturosos!

Foi-me cedido o dúlcido momento
De me não mais ralar esse tormento
Desta ausência cruel, nossa inimiga!

Mas, ai de mim! Depressa te partiste,
E invadiu-me de novo a dor antiga,
Escura e fria, pavorosa e triste.

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