António Nobre
António Pereira Nobre, mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista da geração finissecular do século XIX português.
1867-08-16 Porto, Portugal
1900-03-18 Porto
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Ladainha
Teu coração
dentro do meu descansa,
Teu coraçãop, desde que lá entrou
Tem tão bom dormir essa criança,
Deitou-se, ali caiu, ali ficou.
Dorme, menino! Dorme..dorme...
O que te importa o que no mundo vai?
Ao acordares desse sono enorme
Tu julgarás que se passou num ai.
Dorme, criança! Dorme sossegada,
Teus sonos brancos ainda por abrir:
Depois, a morte não te custa nada,
Porque a ela te habituaste a dormir...
Dorme, meu anjo ( anoite é tão comprida)
Que doces sonhos tu não hás-de Ter!
Assim, com o hábito de os Ter na vida
Continuarás depois de falecer....
Dorme, meu filho! Cheio de sossego
Esquece-te de tudo e até de mim.
Depois...de olhos fechados, és um cego,
Tu nada vês, meu filho e antes assim.
Dorme os teus sonhos, dorme e não mos digas,
Dorme, filhinho! Dorme, dorme "ó-ó"....
Dorme, a minha alma canta-te cantigas
Que ela é velhinha como a tua avó!
Nenhuma ama tem um pequenino
Tão bom, tão meigo; que feliz eu sou!
E tem tão bom dormir esse menino...
Deitou-se, ali caiu, ali ficou
dentro do meu descansa,
Teu coraçãop, desde que lá entrou
Tem tão bom dormir essa criança,
Deitou-se, ali caiu, ali ficou.
Dorme, menino! Dorme..dorme...
O que te importa o que no mundo vai?
Ao acordares desse sono enorme
Tu julgarás que se passou num ai.
Dorme, criança! Dorme sossegada,
Teus sonos brancos ainda por abrir:
Depois, a morte não te custa nada,
Porque a ela te habituaste a dormir...
Dorme, meu anjo ( anoite é tão comprida)
Que doces sonhos tu não hás-de Ter!
Assim, com o hábito de os Ter na vida
Continuarás depois de falecer....
Dorme, meu filho! Cheio de sossego
Esquece-te de tudo e até de mim.
Depois...de olhos fechados, és um cego,
Tu nada vês, meu filho e antes assim.
Dorme os teus sonhos, dorme e não mos digas,
Dorme, filhinho! Dorme, dorme "ó-ó"....
Dorme, a minha alma canta-te cantigas
Que ela é velhinha como a tua avó!
Nenhuma ama tem um pequenino
Tão bom, tão meigo; que feliz eu sou!
E tem tão bom dormir esse menino...
Deitou-se, ali caiu, ali ficou
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