Memórias II

(à minha mãe)

O tempo passou
e eu nem percebi

Minha mãe rega o velho
jardim,
as flores se renovaram
e eu cresci.

É abril como tantos
outros abris de portas escancaradas
para o futuro

Futuro que neste instante
é o meu presente

Meu peito se agigantou
e guarda tudo o que vivi.

Minha mãe rega o jardim,
acompanho seus movimentos pela [vidraça,
e talvez nem perceba
que já brota do meu peito
uma saudade sem fim.

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