Das Ruas
Boca grande, boca pequena
chuta meninos cóa ponta da bota, cóa raquete de tenis, cóa jaqueta
xó xó xó sai de banda moleque!
que educação cumpadi, que educação coroné-boné
quem vive de cuspe em cuspe nas esquinas de babel
tem a vontade de trabalho na mão, porque mais nada resta não!
limpo todos os parabrisas dos olhares e vidraças de telhado e casas
grande.
xó xó xó danação dos canteiros, sua cara mesquinha!
Mas, dexa entrar, num favor! dexa um cantinho?
fico de boca pequena, ando devagarinho e só de quando em quando
descalça corro pelos latifúndios da poesia a conhecer as únicas glebas
produtivas dessas terras de bois que puxam barcos a arar imaginações.
corro descalça por esses alqueires a modo do vento da meiguice dos
poetas acariciar meu rosto. deixo meu burro e minha burrice atrelada na
entrada e entro lisa.
xó xó xó urubu mal quisto!
Nem me visto de frases e issos e aquilos (se bem que vai ser difícil)
deixo a tolice na gaiola da parvoice.
Minha fala tem a confusão das esquinas
Entende-se tanto quanto a fórmula dos soros das clínicas
sei lá quantos mortos
Entende-se tanto quanto suas economias e vacas profanas e cabritos
juro que nem trocado peço e não tropeço nos trecos e fico de boca
pequena. se me der um prato até que como.
xô xô xô quem nu vi mais gordo!
tou descalça. sou uma peste. meu olhar ácido te queima em medo. mas tô
sangrando tanto! a dor de tantos enxotos e tantas penduras e tantos
pedidos. além da dor dos homicídios: a faca, a revolver, a frase, ou
a negação!
xô xô xô desgruda a bunda do carro, menina!
tá bom recolho o corpo: dou meia volta: e engano
corro entre verdes de cana paraibanos cortando meu rosto
como cajús: também tenho meus dias de banquete imaginário!
xô xô xô
todos tem, todos tem
coitados (diria a madame antes de ser assaltada)
chuta meninos cóa ponta da bota, cóa raquete de tenis, cóa jaqueta
xó xó xó sai de banda moleque!
que educação cumpadi, que educação coroné-boné
quem vive de cuspe em cuspe nas esquinas de babel
tem a vontade de trabalho na mão, porque mais nada resta não!
limpo todos os parabrisas dos olhares e vidraças de telhado e casas
grande.
xó xó xó danação dos canteiros, sua cara mesquinha!
Mas, dexa entrar, num favor! dexa um cantinho?
fico de boca pequena, ando devagarinho e só de quando em quando
descalça corro pelos latifúndios da poesia a conhecer as únicas glebas
produtivas dessas terras de bois que puxam barcos a arar imaginações.
corro descalça por esses alqueires a modo do vento da meiguice dos
poetas acariciar meu rosto. deixo meu burro e minha burrice atrelada na
entrada e entro lisa.
xó xó xó urubu mal quisto!
Nem me visto de frases e issos e aquilos (se bem que vai ser difícil)
deixo a tolice na gaiola da parvoice.
Minha fala tem a confusão das esquinas
Entende-se tanto quanto a fórmula dos soros das clínicas
sei lá quantos mortos
Entende-se tanto quanto suas economias e vacas profanas e cabritos
juro que nem trocado peço e não tropeço nos trecos e fico de boca
pequena. se me der um prato até que como.
xô xô xô quem nu vi mais gordo!
tou descalça. sou uma peste. meu olhar ácido te queima em medo. mas tô
sangrando tanto! a dor de tantos enxotos e tantas penduras e tantos
pedidos. além da dor dos homicídios: a faca, a revolver, a frase, ou
a negação!
xô xô xô desgruda a bunda do carro, menina!
tá bom recolho o corpo: dou meia volta: e engano
corro entre verdes de cana paraibanos cortando meu rosto
como cajús: também tenho meus dias de banquete imaginário!
xô xô xô
todos tem, todos tem
coitados (diria a madame antes de ser assaltada)
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