Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos foi poeta brasileiro. Sua obra é extremamente original. É considerado um dos poetas mais críticos de sua época.

1884-04-20 Cruz do Espírito Santo, Paraíba, Brasil
1914-11-12 Leopoldina, Minas Gerais, Brasil
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Prémios e Movimentos

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Alguns Poemas

Barcarola

Cantam nautas, choram flautas
Pelo mar e pelo mar
Uma sereia a cantar
Vela o Destino dos nautas.

Espelham-se os esplendores
Do céu, em reflexos, nas
Águas, fingindo cristais
Das mais deslumbrantes cores.

Em fulvos filões doirados
Cai a luz dos astros por
Sobre o marítimo horror
Como globos estrelados.

Lá onde as rochas se assentam
Fulguram como outros sóis
Os flamívomos faróis
Que os navegantes orientam.

Vai uma onda, vem outra onda
E nesse eterno vaivém
Coitadas! não acham quem,
Quem as esconda, as esconda...

Alegoria tristonha
Do que pelo Mundo vai!
Se um sonha e se ergue, outro cai;
Se um cai, outro se ergue e sonha.

Mas desgraçado do pobre
Que em meio da Vida cai!
Esse não volta, esse vai
Para o túmulo que o cobre.

Vagueia um poeta num barco.
O Céu, de cima, a luzir
Como um diamante de Ofír
Imita a curva de um arco.

A Lua - globo de louça -
Surgiu, em lúcido véu.
Cantam! Os astros do Céu
Ouçam e a Lua Cheia ouça!

Ouça do alto a Lua Cheia
Que a sereia vai falar...
Haja silêncio no mar
Para se ouvir a sereia.

Que é que ela diz?!
Será uma História de amor feliz?
Não! O que a sereia diz
Não é história nenhuma.

É como um réquiem profundo
De tristíssimos bemóis...
Sua voz é igual à voz
Das dores todas do mundo.

Fecha-te nesse medonho
Reduto de Maldição,
Viajeiro da Extrema-Unção,
Sonhador do último sonho!

Numa redoma ilusória
Cercou-te a glória falaz,
Mas nunca mais, nunca mais
Há de cercar-te essa glória!

Nunca mais! Sê, porém, forte.
O poeta é como Jesus!
Abraça-te à tua Cruz
E morre, poeta da Morte! -

E disse e porque isto disse
O luar no Céu se apagou...
Súbito o barco tombou
Sem que o poeta o pressentisse!

Vista de luto o Universo
E Deus se enlute no Céu!
Mais um poeta que morreu,
Mais um coveiro do Verso!

Cantam nautas, choram flautas
Pelo mar e pelo mar
Uma sereia a cantar
Vela o Destino dos nautas!



Publicado no livor Eu (1912).

In: REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesia e prosa. São Paulo: Ática, 1977. p.144-147. (Ensaios, 32
Augusto dos Anjos (Cruz do Espírito Santo PB, 1884 - Leopoldina MG, 1912) matriculou-se, em 1903, na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Retornou então à capital da Paraíba, João Pessoa, onde já publicava poemas nos jornais O Comércio, A União, O Norte, e na revista Terra Natal. Lá, deu aulas de Literatura Brasileira no Liceu Paraibano, até que em 1910 foi afastado do cargo, em decorrência de desentendimento com o governador. No ano seguinte mudou-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou no Colégio Pedro II. Em 1912, publicou Eu, seu único livro de poesias. Transferiu-se para Leopoldina, MG, em 1914, para assumir a direção de um grupo escolar, mas faleceu pouco tempo depois. A obra de Augusto dos Anjos é única na literatura brasileira; seus poemas apresentam linguagem cientifista-naturalista, em que termos técnicos, por vezes extravagantes, constroem imagens que remetem à morte, à desintegração. No entanto seus versos, que exprimem o pessimismo, e mesmo ao asco diante da vida, alcançaram e continuam objeto de grande popularidade.
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Augusto dos Anjos, precisei usar dicionário; na busca de auxilio para entender a quarta palavra cansei! Fechei o livro e o dicionário! Guardei " A ÁRVORE DA SERRA " !
21/outubro/2024
rainha (litle popcorn)
esta obra de arte ira fazer parte de uma das minhas musicas
29/março/2023
paulão da regulagem
legal
29/março/2023
paulin jr da regulagem
increviel
29/março/2023
Nicedes
Há um equívoco na cidade de Nascimento o correto é Sapé Pb
17/novembro/2022
Cláudio Iennaco
Há um equívoco no ano da morte do Poeta, no início do texto.
08/novembro/2021
Aldemir Araújo
Está faltando o final do poema
18/fevereiro/2021
Snorky
Tra la la,tra la la la,tra la la,tra la la la,One Banana,Two Banana,Three Banana Four,Four Banana make bunch so for anymore
19/novembro/2020
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lagazaz
Poeta maior,sem igual na poesia brasileira...do seu quilate,julgo e talento...poucos ousaram
27/julho/2020
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Eu estou vivo, estou vivo, todo o dia de toda a semana saio de casa em uma cadeira de rodas em pleno 2020, e olho pro céu, e me sinto mais vivo do que em 1880.
16/abril/2020
Jojo Toddynho
adorei vai fazer parte da minha nova musica uiiiiii vamo que vamo!!!
09/setembro/2019
Katarina legal
mto foda meu
09/setembro/2019
Kaian
Magnific
29/agosto/2019
kessia lorrany
muito lindo
16/maio/2019
Antônio Hespanhol
Se com Tântalo não cabe brigar, resta brincar
23/abril/2019
franscleytton do carmo
muito bom, embora seja PESADÃO
04/abril/2019

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