há um silêncio hospitalar
que só do leito se entende,
onde a dor fala baixinho
e a esperança, devagar
o corpo descansa,
desaprende o medo,
reaprende o fôlego
e espera o futuro
entre máquinas e respiros,
há também um sopro novo
costurando por dentro
a coragem que ficou
mesmo que tudo inda doa,
há a vida se ajeitando,
tecida ao ar frio, fio a fio
no ritmo paciente da cura
não apresse o passo:
o amanhã já está vindo,
de mansinho, sorrindo,
e sentará ao seu lado
e com a voz de doçura
de uma criança cantando
ele assim dirá baixinho:
"Calma… estou chegando"
MARCANTE, Alexandre.
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