Wenceslau de Morais
Venceslau José de Sousa de Morais foi um escritor e militar da Marinha Portuguesa. Era filho de Venceslau de Morais e de Maria Amélia Figueiredo.
1854-05-30 Lisboa
1929-07-01 Tokushima
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Livros
Poeta português, natural de Lisboa. Enveredou pela carreira militar e, concluído em 1875 o curso da Escola Naval, esteve ao serviço da marinha em Moçambique, Timor e Macau. Aqui, foi imediato da capitania do porto e professor liceal, convivendo com Camilo Pessanha. Em 1899, foi nomeado cônsul em Kobe (Japão), onde veio a casar e se converteu ao budismo. Em 1913, pouco tempo depois de ser nomeado cônsul-geral, demitiu-se e retirou-se para a ilha japonesa de Shikoku. Venceslau de Morais foi um dos representantes do exotismo na literatura portuguesa, tal como Camilo Pessanha ou Fernão Mendes Pinto, mas de forma diversa. Fascinado pelo Japão e pela sua cultura, que adoptou, crítico acérrimo da vida ocidental, a sua obra reflecte, nos mais variados géneros (cartas, novelas, crónicas, impressões íntimas), uma observação atenta, instintiva, da sua pátria de adopção, aliada a um estilo fortemente visual e fresco, vivo, em obras como Traços do Extremo Oriente — Sião, China e Japão (1895), Dai-Nippon (1897), Cartas do JapãoSerões no Japão (1905), O Culto do Chá (1905), O Bom-Odori em Tokushima (1916), O-Yoné e Kó-Haru (1923), Paisagens da China e do Japão (1924), Os Serões no Japão (1925), Relance da Alma Japonesa (1926) e Osoroshi (1933)
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Venceslau José de Sousa de Morais (Lisboa, 30 de Maio de 1854 - Tokushima, 1 de Julho de 1929) escritor e militar da Marinha Portuguesa.
Era filho de Venceslau José de Sousa de Morais, neto materno dum francês, e de sua mulher Maria Amélia de Figueiredo. Oficial da Marinha, completou o curso Escola Naval em 1875, tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor Português e no Japão.
Após ter frequentado a Escola Naval, serviu a bordo de diversos navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 1885 viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece. Foi imediato da capitania do Porto de Macau e professor do Liceu de Macau desde a sua fundação em 1894. Durante a sua estadia em Macau casou com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher chinesa, de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha.
Entretanto, em 1889, viajara até ao Japão, país que o encanta, e onde regressará várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. Em 1897 visita o Japão, na companhia do Governador de Macau, José Maria de Sousa Horta e Costa, sendo recebido pelo Imperador Meiji. No ano seguinte abandona Atchan e os seus dois filhos, e muda-se definitivamente para o Japão, como cônsul em Kobe.
Aí a sua vida é marcada pela sua actividade literária e jornalística, pelas suas relações amorosas com duas japonesas (Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru) e pela sua crescente "japonização".
Durante os trinta anos que se seguiram, Venceslau de Morais tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente, partilhando as suas experiências íntimas do quotidiano japonês com os seus leitores Portugueses, numa actividade paralela à de Lafcádio Hearn, o grande divulgador da cultura nipónica no mundo anglo-saxão, de quem foi contemporâneo.
Amargurado com a morte, por doença, de Ó-Yoné, Venceslau de Morais renunciou ao seu cargo consular em 1913 quando já era graduado em Tenente-coronel/Capitão de fragata, mudou-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença.
Aí o seu quotidiano tornou-se crescentemente idêntico ao dos japoneses, embora tendo como pano de fundo uma crescente hostilidade destes. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Venceslau de Morais viria a falecer em Tokushima em 1 de Julho de 1929.
Venceslau de Morais foi autor de vários livros sobre assuntos ligados ao Oriente, em especial o Japão. Também se encontra colaboração literária da sua autoria no semanário Branco e Negro (1896-1898) e nas revistas Brasil-Portugal (1899-1914), Serões (1901-1911) e Tiro e Sport (1904-1913).
Foi impressa uma nota de 500 patacas de Macau com a sua imagem.
A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves.
Primo-irmão de Sebastião Teles.
Obras
1895 - Traços do Extremo Oriente
1897 - Dai-Nippon
1904 - Cartas do Japão (com várias séries e volumes publicados após esta data)
1905 - O culto do chá
1906 - Paisagens da China e do Japão
1907 - Cartas do Japão, A vida japonesa : 3.ª Série (1905-1906)
1916 - O "Bon-Odori" em Tokushima
1917 - Ko-Haru
1920 - Fernão Mendes Pinto no Japão
1923 - Ó-Yoné e Ko-Haru
1924 - Relance da história do Japão
1926 - Os serões no Japão
1928 - Relance da alma japonesa
1933 - Osoroshi
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Venceslau José de Sousa de Morais (Lisboa, 30 de Maio de 1854 - Tokushima, 1 de Julho de 1929) escritor e militar da Marinha Portuguesa.
Era filho de Venceslau José de Sousa de Morais, neto materno dum francês, e de sua mulher Maria Amélia de Figueiredo. Oficial da Marinha, completou o curso Escola Naval em 1875, tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor Português e no Japão.
Após ter frequentado a Escola Naval, serviu a bordo de diversos navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 1885 viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece. Foi imediato da capitania do Porto de Macau e professor do Liceu de Macau desde a sua fundação em 1894. Durante a sua estadia em Macau casou com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher chinesa, de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha.
Entretanto, em 1889, viajara até ao Japão, país que o encanta, e onde regressará várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. Em 1897 visita o Japão, na companhia do Governador de Macau, José Maria de Sousa Horta e Costa, sendo recebido pelo Imperador Meiji. No ano seguinte abandona Atchan e os seus dois filhos, e muda-se definitivamente para o Japão, como cônsul em Kobe.
Aí a sua vida é marcada pela sua actividade literária e jornalística, pelas suas relações amorosas com duas japonesas (Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru) e pela sua crescente "japonização".
Durante os trinta anos que se seguiram, Venceslau de Morais tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o Oriente, partilhando as suas experiências íntimas do quotidiano japonês com os seus leitores Portugueses, numa actividade paralela à de Lafcádio Hearn, o grande divulgador da cultura nipónica no mundo anglo-saxão, de quem foi contemporâneo.
Amargurado com a morte, por doença, de Ó-Yoné, Venceslau de Morais renunciou ao seu cargo consular em 1913 quando já era graduado em Tenente-coronel/Capitão de fragata, mudou-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença.
Aí o seu quotidiano tornou-se crescentemente idêntico ao dos japoneses, embora tendo como pano de fundo uma crescente hostilidade destes. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Venceslau de Morais viria a falecer em Tokushima em 1 de Julho de 1929.
Venceslau de Morais foi autor de vários livros sobre assuntos ligados ao Oriente, em especial o Japão. Também se encontra colaboração literária da sua autoria no semanário Branco e Negro (1896-1898) e nas revistas Brasil-Portugal (1899-1914), Serões (1901-1911) e Tiro e Sport (1904-1913).
Foi impressa uma nota de 500 patacas de Macau com a sua imagem.
A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves.
Primo-irmão de Sebastião Teles.
Obras
1895 - Traços do Extremo Oriente
1897 - Dai-Nippon
1904 - Cartas do Japão (com várias séries e volumes publicados após esta data)
1905 - O culto do chá
1906 - Paisagens da China e do Japão
1907 - Cartas do Japão, A vida japonesa : 3.ª Série (1905-1906)
1916 - O "Bon-Odori" em Tokushima
1917 - Ko-Haru
1920 - Fernão Mendes Pinto no Japão
1923 - Ó-Yoné e Ko-Haru
1924 - Relance da história do Japão
1926 - Os serões no Japão
1928 - Relance da alma japonesa
1933 - Osoroshi