Daniel Faria
Daniel Augusto da Cunha Faria foi um poeta português.Referências
1971-04-10 Baltar, Paredes
1999-06-09 Porto
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Alguns Poemas
Biografia
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Livros
Daniel Faria nasceu em Baltar, pequena vila portuguesa, em 1971. Estudou Teologia na Universidade Católica, licenciando-se mais tarde em Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Após os estudos, optou pela vida monástica e ingressou no Mosteiro Beneditino de Singeverga, onde iniciou seu noviciado. Publicou em vida os livros Uma Cidade com Muralha (1991), Oxálida (1992), A Casa dos Ceifeiros (1993), Explicação das Árvores e de Outros Animais (1998) e Homens Que São Como Lugares Mal Situados (1998), aos quais se seguiram, de publicação póstuma, Legenda para uma casa habitada e Dos Líquidos, ambos no ano 2000. O poeta morreu após um acidente doméstico em 1999, pouco antes de terminar seu noviciado, ainda no mosteiro de Singeverga.
Ao falecer, Daniel Faria tinha 28 anos, mesma idade com que morreu, por exemplo, o poeta brasileiro Torquato Neto (clique AAQQUUII). Deixara alguns livros, nos quais demonstra seu talento em vários belos poemas, com uma pesquisa interessante das possibilidades, no fim do século, de uma lírica pura, pesquisa que liga sua poesia à linhagem de alguns dos primeiros modernistas, como Juan Ramón Jiménez, Henriqueta Lisboa ou Anna Akhmátova.
A poesia em língua portuguesa está marcada, como tantas outras, por passagens meteóricas de poetas que não tiveram ou não se deram o tempo para construir aquilo que editores e historiadores literários tão facilmente chamam mais tarde de Obra. Uns deixam poucos poemas muito bonitos e ainda estimulantes, como o próprio Torquato Neto ou Pedro Kilkerry (morto aos 32 anos), outros o arco incompleto de um trabalho que se esboçava, como Mário Faustino (morto também aos 32 anos) ou Ana Cristina César (morta aos 31 anos).
Nada mais distante da poesia atormentada pela dúvida de um Torquato Neto, do que a poesia lírica de uma personalidade estóica como a que Daniel Faria parece demonstrar nestes textos. Mas nós sabemos que há tempo para tudo sob o sol, como diz o Livro de Eclesiastes, ou, parafraseando os versos de Robert Browning, que há os que levam uma vida de fé, pontilhada pela dúvida, e os que levam uma vida de dúvida, pontilhada pela fé.
--- Ricardo Domeneck
Ao falecer, Daniel Faria tinha 28 anos, mesma idade com que morreu, por exemplo, o poeta brasileiro Torquato Neto (clique AAQQUUII). Deixara alguns livros, nos quais demonstra seu talento em vários belos poemas, com uma pesquisa interessante das possibilidades, no fim do século, de uma lírica pura, pesquisa que liga sua poesia à linhagem de alguns dos primeiros modernistas, como Juan Ramón Jiménez, Henriqueta Lisboa ou Anna Akhmátova.
A poesia em língua portuguesa está marcada, como tantas outras, por passagens meteóricas de poetas que não tiveram ou não se deram o tempo para construir aquilo que editores e historiadores literários tão facilmente chamam mais tarde de Obra. Uns deixam poucos poemas muito bonitos e ainda estimulantes, como o próprio Torquato Neto ou Pedro Kilkerry (morto aos 32 anos), outros o arco incompleto de um trabalho que se esboçava, como Mário Faustino (morto também aos 32 anos) ou Ana Cristina César (morta aos 31 anos).
Nada mais distante da poesia atormentada pela dúvida de um Torquato Neto, do que a poesia lírica de uma personalidade estóica como a que Daniel Faria parece demonstrar nestes textos. Mas nós sabemos que há tempo para tudo sob o sol, como diz o Livro de Eclesiastes, ou, parafraseando os versos de Robert Browning, que há os que levam uma vida de fé, pontilhada pela dúvida, e os que levam uma vida de dúvida, pontilhada pela fé.
--- Ricardo Domeneck
Ver também
agostinho sousa
extraordinário, com uma visão muito para além das palavras que são verdadeiros sentimentos que com a sua leveza nos tocam no coração
11/abril/2024