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Marcelo Felipe Toledo Bortolotto, ou apenas, O louco no ápice dos seus 24 anos, nascido em Curitiba, vivendo em Laranjeiras do Sul, PR. Escrevendo mais do que vivendo, e consequentemente vivendo mais pelas histórias inventadas do que a própria vida.
1997-02-15 Laranjeiras do Sul, PR
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Vida.
À juventude em mim, ainda, e ainda sou jovem, se assim posso dizer é que a alma de criança sapeca ainda vive em mim, a vontade de correr descalço no mato de tomar banho de chuva e de nadar pelado, ainda correm em minhas veias. A vida me deu dois pés, tortos e inúteis, a vida me deu um presente, uma mulher que concertou meus pés e que mal sabe ela, mas eu a amo por isso, hoje eu corro eu brinco e eu canto, pelos quatro cantos do lugar onde vivo. Eu tive medo de morrer eu tive medo de perder eu tive medo a minha vida toda, e hoje o meu medo é de não conseguir viver o suficiente pra escrever tudo que desejo escrever.
Eu era assim, uma criança meio triste e meio feliz, eu sou assim, um jovem adulto meio confuso e meio certo da minha confusão, eu já me perdi muito neste vasto mundão, mas eu me perdi mais ainda no meu próprio mundo, esse mesmo, o mundo inventado de cada indivíduo que vive ao teu lado, e não negue nem por um segundo, não negue que tu vive no teu mundo, todos temos nossos refúgios mas não se perca também, ou também ira sofrer com a dor de se perder em si mesmo.
É difícil achar uma agulha em um palheiro, mas eu digo e repito e afirmo quantas vezes for preciso, é mais difícil achar a si mesmo dentro de si. Olhar pra quem é e admitir que não é um ser perfeito, abraçar os defeitos corrigir os erros e ser sempre alguém melhor do que foi, hoje cedo. A vida é uma peça de teatro eu sou diretor e o elenco, eu sou o público que se prepara para ver o espetáculo, uma peça de quebra cabeça que não se encaixa, uma peça da engrenagem de um relógio quebrado, por ser maú usado e nem um pouco conservado. A vida é dura feito pedra, a vida é leve feito o vento, a vida é curta demais pra se apegar demais à um momento, a vida é um passeio de escola onde conhecemos gente nova, fazemos amizades e temos que nos despedir, a vida é um trem bala que não para e se você parar, ou ela te atropela ou você fica para trás.
Eu já vivi duas décadas e um pouco mais, e eu sei ou eu acho que sei, mas eu espero ou eu ao menos quero, viver um pouco mais, a vida é uma coisa doida, demora pra entender e quando entende você percebe que sofria por coisa pouca.
Eu acredito, ou quase isso, que a vida é uma dádiva, tem mil jeitos diferentes de morrer, mas só um de nascer, a vida é uma obra prima de um pintor desconhecido que morreu sem assinar ao terminar de pintar, a vida é tudo isso e muito mais, a vida é o que a gente faz.
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