Clareanna V. Santana

Clareanna V. Santana

Baiana, natural de Eunápolis, mora em João Pessoa desde 2006 quando começou a levar a sério suas escritas. É mestre em antropologia e amante de poesias e música.

1987-04-27 Eunápolis-BA
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A Morte é nome próprio

Sabe quando a noite dura mais que eternamente?
Tem sido assim. Os dias não passam e as noites menos ainda.
É um tempo esquisito... infinito.
Há exatos seis meses que meu tempo passa devagar.
Enquanto há sol me faço e desfaço; Invento e reinvento. Sou verso e avesso.
Busco de tudo um pouco para preencher o meu eterno dia.
Mas a noite… ah! A noite é teste. É limbo.
Porque no dia tudo é poesia. À noite, palavras.
É na noite que as coisas sombrias saem pra passear.
O peito palpita, os pensamentos exclamam… e as palavras, amigos?! As palavras saem das coisas, ganham vida e se transformam em todas as dúvidas. Elas se reúnem com os medos e nos atropelam.
Então você não dorme e o tempo paralisa.
Você se lembra daquilo que mais te inquieta: a morte.
Tenho reflito muito sobre a morte antes dormir.
Penso que é preciso saber mais da morte. A morte e o sono andam juntos.
Vivemos e convivemos com a morte diariamente. Seja na rua ou na tv. E apesar disso ninguém trata a morte como algo próximo.
A morte é sempre do outro, por mais próxima que esteja.
Andam relativizando a morte. Deram-lhe tantas faces que é difícil até reconhecê-la.
Ela é vingativa, mensageira… ora um caminho, ora é matemática... biologia, mas nunca é nossa.
A morte não é própria. Falam da morte como coisa do outro.
E se não é minha, a morte não está próxima. Ela é uma mera possibilidade.
A morte do outro não nos afeta. O outro é sempre o outro.
De mim, resta apenas viver. O risco é uma forma de vida.
Adapte-se! E a morte? Ah! a morte é estatística.

Clareanna V. Santana
Clareamente
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