asliddell

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traíra da matrix. morrer é passear.

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Monólogo da interrupção

Estava para desdobrar
quando uma voz me instigou ao susto,
mais um pensamento sólido afundava
a prateleira da minha noção.
Tanto sei e pouco fiz,
ainda não amei por amar,
me apoiando nas missões atemporais
dessa minha vida,
acenando para cada motorista que buzinar,
mas negando os seus convites.
Nasci engatilhado de rebeldia,
segurando um terço:
pai nosso que está no céu, maldição!
Eu não vejo Deus, e com ver,
quero dizer sentir;
o que me segura ao corpo
é um forte fio de prata 
que ri e bebe por mim.
Mais um pensamento joga terra
na cova do meu finado silêncio:
o que sentir depois da liberdade de partir?
Soltei as mãos e muito parece
que abandonei junto meus dedos.
Agora o corpo esmorece
no esquecimento sonífero
até esquecer como respirar.
"Logo amanhece!", me grita a janela.
Estou feliz, mas não estou em paz.
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