um-poeta-qualquer

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Não me dê muita importância. Sou somente alguém que gosta de escrever, nas horas vagas, sobre como vejo o mundo e sobre como ele faz me sentir.

1999-03-13
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O voo

O futuro. O que serei no futuro? Conseguirei seguir a profissão que almejo? Conseguirei contribuir, com meu esforço, com a sociedade? Conseguirei ajudar o outro? Penso, já não sei. Em um sociedade em que tudo é voltado para o dinheiro, para o lucro, sinto-me sozinho. A deriva num mar de desespero.
Comecei a escrever, mas nem sei porque o fiz. Estou passando por um processo de bloqueio criativo. Mas logo eu? Eu que adorava escrever. Não possuía dificuldades nenhuma para realizar tal feito. O que será que aconteceu comigo? Estou mudando? - Não quero mudar. A mudança às vezes é boa, porém transformar-se em uma pessoa sem criatividade e que não consegue escrever, não é do meu agrado.
Isso. Não quero mudar. Quero permanecer aquele garoto que via o mundo com outros olhos. Que sentia a vida passar em suas veias, e escrevia o que sentia. Sim. Esse não quero que se vá. Quero que fique. Que permaneça. Que não mude, mas transcenda. Transcenda essa forma pífia que se encontra hoje. Essa forma que se menospreza, se rebaixa, se maltrata. Transcenda; rompa o casulo e transforme-se. Voe. Mais alto... e mais alto.
Quero chegar ao ponto em que não me alcancem. Quero entrar em um profundo estado de introspecção. Quero, a partir desse voo, achar-me. Desejo encontrar minha essência. Essência essa que sinto que está perdida.
Como? Como fui me desencontrar? Por que isso ocorreu comigo? Já não sei. Mas uma coisa tenho em mente. Voarei o mais alto que puder, atingirei alturas inalcançáveis até para os pássaros mais experientes, e então... me encontrarei.


Autor: RSS (Um poeta qualquer)
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