

A poesia de JRUnder
Natural de São Paulo.
Nascido a 07 de março de 1950.
A poesia não é um potro selvagem que possa ser laçado e domado.
Poesia é alma. Alma de passarinho.
1950-03-07 São Paulo
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Passou
Era uma casa modesta, era um futuro incerto...
Lugar simples, bairro pobre.
Rua de terra batida... Esgoto a céu aberto.
Nos cômodos de tábua corrida,
O chão de cimento liso,
Telhado de folhas de zinco e era feliz minha vida.
Criança de poucas vaidades, olhos de muitas vontades...
Quando desprendiam dos cachos, corria a catar os coquinhos,
Que forravam de amarelo, os canteiros dos velhos buxinhos.
Das brincadeiras me lembro, sempre no cair das tardes,
Reunida, a criançada, a vila ficava tomada.
Era um corre-corre tão grande, como fosse uma revoada.
Sentar-se sobre as calçadas, ciranda de roda no chão,
Céu de azul infinito, pureza no coração.
A vida passa ligeira e anos se somam à idade...
E a gente morre por dentro,
Morre, de tanta saudade...
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