Rui de Noronha
Rui de Noronha foi um poeta moçambicano, sendo considerado o precursor da poesia moderna moçambicana.
1909-10-28 Maputo
1943-12-25 Maputo
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Alguns Poemas
Biografia
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Poeta. Mestiço de pai indiano de origem brâmane e de mãe negra, fez os seus estudos liceais em Lourenço Marques, tendo depois ingressado como funcionário público nos Serviços dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique. Apesar de contemporâneo da Presença, vai buscar os seus modelos à poesia portuguesa de uma outra época, como sejam Nobre, Feijó ou até Antero. Iniciou a sua carreira literária em 1930, publicando poemas na revista Miragem, de Lourenço Marques, a que se seguiu a sua colaboração, também com poemas, nos dois ou três números publicados da revista de Lisboa, dirigida por Viana de Almeida e Mário Domingues, África Magazine (1932). Em 1934 iniciou a sua colaboração poética em O Brado Africano, de Lourenço Marques, colaboração que prolongaria até 1936. Nesse ano publicou o seu poema «Quenguêlêquêze» (Lua Nova) no Documentário Trimestral Moçambique, com uma nota introdutória do director daquela publicação oficial, Caetano Montez. Posto que este poema tenha sido depois transcrito em várias publicações, nomeadamente na revista O Mundo Português, de Lisboa, não mais o poeta publicou qualquer outra nova poesia. Ferido por uma desilusão amorosa que envolvia também problemas rácicos, deixou-se morrer, segundo o testemunho de amigos, vindo a falecer no Hospital de Lourenço Marques, com 34 anos de idade apenas. Os seus poemas, que já haviam sido por si reunidos para um livro que desejava se intitulasse Quenguêlêquêze, foram póstuma e parcialmente publicados num volume intitulado Sonetos, com prefácio e selecção de um seu antigo professor, o Dr. Domingos Reis Costa, que não só deixou de fora parte importante da obra, nomeadamente o poema que daria o título ao livro, como emendou, algo canhestramente, alguns dos poemas publicados. Infeliz em vida por sua paixão, foi-o também após a morte, não só com o incidente nunca reparado da alteração do seu livro, como também pelo aproveitamento que dele se procurou fazer, quer no tempo da chamada «literatura colonial», ao ser tomado como exemplo por alguns dos seus afamados cultores, quer depois, atribuindo-se ao mal amado funcionário público linhas de actuação política que não seguiu. Está representado em numerosas antologias, nomeadamente na Antologia de Poesia Negra de Expressão Portuguesa, de Mário de Andrade (Paris, 1958) e em Poetas de Moçambique, de Luís Polanah, editada pela Casa dos Estudantes do Império (Lisboa, 1960). Usou o pseudónimo de Carranquinha de Aguilar.
Ver também
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