Música com sombras
Porque te vestes de Sombra
é que eu te espero onde os dias morrem para sempre
Escuta É a voz humana
essa areia sufocada em tua garganta: isso, a areia
soprada por um vento,
é a coisa que os homens chamam a Voz humana
A Nossa voz,
ah
Dela, nada dizer Calar na bruma
Porque tu vestes de sombras
a criança que trazes pela mão,
torturada como um vício, branca como uma virtude
triste
como uma flor presa em sua Raiz
Onde está o colar dos desesperos, ali
puseste os pulsos das manhãs nascentes Nenhum Anjo, nenhum Anjo
Estamos presos no Centro,
ou livres caindo no escuro
E eu não sei qual das duas portas, assim abertas, são mais terríveis são
mais belas
Se
só sei
que te espera
a que virá coberta pela Sombra
trazendo pela mão essa criança sem Face, sem rugas também
sem ter nascido
Se assim escurecesse em silêncio esta paisagem
onde pousamos ausentes para os olhos
dos cegos,
toda Serpente seria caridosa, todo encanto teria nervos azuis de pedras de fontes
de lamentos não-nascidos do fundo da garganta
nem a tua nem a da menor que tu, a tua criança
que devolves à claridade
com um gesto de amargura
e recuperas
para o negro dia dos meus olhos
com um gesto de ternura
Ela, a fonte em nossas frontes, pensativamente está
pousada,
observa
Paisagem de deserto, e mão cheia de pó:
um sonho para olhos de vidros sonharem
com torturas
Ela: é a Paisagem: é o Lugar, e é o Pranto
do lugar onde os dias morrem
para sempre
Nenhum anjo, nenhum anjo
Não é a Voz humana, nem ao menos murmurando
é que eu te espero onde os dias morrem para sempre
Escuta É a voz humana
essa areia sufocada em tua garganta: isso, a areia
soprada por um vento,
é a coisa que os homens chamam a Voz humana
A Nossa voz,
ah
Dela, nada dizer Calar na bruma
Porque tu vestes de sombras
a criança que trazes pela mão,
torturada como um vício, branca como uma virtude
triste
como uma flor presa em sua Raiz
Onde está o colar dos desesperos, ali
puseste os pulsos das manhãs nascentes Nenhum Anjo, nenhum Anjo
Estamos presos no Centro,
ou livres caindo no escuro
E eu não sei qual das duas portas, assim abertas, são mais terríveis são
mais belas
Se
só sei
que te espera
a que virá coberta pela Sombra
trazendo pela mão essa criança sem Face, sem rugas também
sem ter nascido
Se assim escurecesse em silêncio esta paisagem
onde pousamos ausentes para os olhos
dos cegos,
toda Serpente seria caridosa, todo encanto teria nervos azuis de pedras de fontes
de lamentos não-nascidos do fundo da garganta
nem a tua nem a da menor que tu, a tua criança
que devolves à claridade
com um gesto de amargura
e recuperas
para o negro dia dos meus olhos
com um gesto de ternura
Ela, a fonte em nossas frontes, pensativamente está
pousada,
observa
Paisagem de deserto, e mão cheia de pó:
um sonho para olhos de vidros sonharem
com torturas
Ela: é a Paisagem: é o Lugar, e é o Pranto
do lugar onde os dias morrem
para sempre
Nenhum anjo, nenhum anjo
Não é a Voz humana, nem ao menos murmurando
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