J. Veloso

Você conhece, si encanta, chega perto e descansa, sente o perfume que emociona e sem dizer é  que te conta o que o pensamento aponta.

E na direção de seus olhos, vejo, o que seria o desfecho, aquele grande desejo.

A cada encontro um abraço 

De um abraço ao outro saudade.

Quando a distância se faz ausente

Desejo mais a eternidade

Num instante se nasce o sorriso

De um solo infértil e pulsante

São corações tão pequenos 

Mas com um amor tão gigante.

Como oásis num deserto de areia

Que dá refúgio ao viajante 

Seu abraço é refrigério 

Quem dera fosse constante. 

Fala de amor pro coração. Deixa ele saber que está seguro, deixa ele se sentir em paz nessas paredes cegas, onde o além é desconhecido e suas palavras são a única direção a seguir. Fala de amor pro coração e mostra que ele não está longe de você. Deixa ele sentir o calor de sua voz inundando-o, tomando-o, sussurrando-o. Fala de amor, fala de nós, fala de como é feliz aqui dentro. Fala de amor Moça, fala de amor Moço, fala de amor, amor... ahh... fala de amor. Se não falas de amor, do que falas, do que vives, o que te sustentas, o que faz brilhar os teus olhos? Então, falas de amor?

Camadas, camadas, apenas camadas. camadas de tempo, camadas de momentos, camadas de sonhos e desejos, empilhamentos do que sou. Camadas repartidas, divididas, contraste do mundo, âmago do ser. Porque se é o resto, o que sobra já não é. Se de camadas sou formado, sou vitrine do que sou. Sou o que ama, sou o que sorrir, sou o que escreve pensamentos, o que respira poesias e sonha a vida, sou dos momentos triste o que não esconde que doeu. Sim, sou o que guarda o que o mundo desacreditou. Sim! camadas do que sou.

Me mostra oh rio que às tuas margens existe o amor, me mostra oh rio que o reflexo que vejo é verdadeiro; mostra-me que posso descansar sereno nesse abraço que mergulho e me entrego. Tira de mim, belo rio, o fôlego que enche meus pulmões e faz-me sentir-se um contigo, e nessas confusas correntes me leva pra algum lugar, algum lugar longe de meus pensamentos, algum lugar longe da terra firme, só não me leva oh rio pra longe de ti. 

Faço parte de um povo esquecido
De um povo que foi sequestrado, 
Estuprado, imolado, desarraigado,
Considerado sem alma, marginalizado.
"Ah! Que nada! Quem se importa?
É mimimi, coitadismo... já bastam as esmolas. 
O sol é pra todos, a chuva também.
São jumentos, preguiçosos e tiram onda de refém."
Hipócritas! Respeita meu povo guerreiro. 
É, é guerreiro sim senhor!
Que apesar das injustiças cresceu, se multiplicou.
Somos ricos em cultura
Nascidos de uma raiz profunda
Carregada de conhecimentos
Somados ao longo do tempo.
A energia que rufa os tambores
É a mesma da ginga capitão.
Se a desigualdade é soberana
Andamos na contra-mão.

Sem medo de ser, sem medo de ter, sem medo viver. sem medo estar, sem medo caminhar, sem medo cantar, sem medo sussurrar. sem medo agir, sem medo fugir, sem medo fingir, sem medo de si.

Onde se esconde o amor?
Onde se encontra o sabor?
Como posso acordar
Sem sentir seu calor?
Amor, por que me envolves
Nesse crescente desejo?
Amor, por que espero 
Ansioso por teu beijo?
Amor que rodeia o pensar,
Lembranças que me fazem alegrar, 
Coração que pulsa em seu olhar,
Emoção sincera no abraçar. 
Amor, admito que não sei
Até quando esconderei, 
Pois meus versos e letras 
Já revelam o que pensei.

Sentimentos que ficam,

Sentimentos que vão, 

E sem sentir o tempo passa 

Restando a solidão 

Sentimentos que marcam, 

Sentimentos que transbordam,

Sentimentos transmitidos 

A alguém à sua volta. 

Sentimentos sem objetivo

Que não se sabe de onde vem.

Sentimentos emotivos 

E que nem sempre convém. 

Sentimentos que nascem

Sentimentos que crescem

Sentimentos eternos, 

Mas que nunca envelhecem.