Lagaz

Lagaz

Sigo em vão...o ardil da ilusão.

Limiar
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Alguns Poemas

Flor da América

Flor da América,
         absoluta e histérica.
                       Os seus novos rumos são de fronteiras intransponíveis.

A salvaguarda do mundo,
         que esmorece e ressurge em forma,
                       contornos e matizes.

E advém os velhos
        e novos navios negreiros
                       que revelam a natureza perversa em seu nascedouro.

Da terra esganecida
       em extrapolo voraz,
                        ao machado de pedra.

Dos hinos entoados
       de modo absolutamente frio,
                       ao símbolo máximo escravagista.

As miragens esquecidas,
        aradas em campo aberto e,
                       vulgos silenciosos

Presos a postes em carne viva
        e favelas enegrecidas,
                      os olhos vigilantes apuram o corpo cansado.

A história deve ser estendida,
        a tantos quantos forem
                      os vivos e fortes

A promessa em martírios,
        perseguidos em chamas.
                      No semblante de um novo mundo.

Suas cidades são imensas,
        seus crimes recompensas,
                      seus senhores caudilhos.

Estranhos surgem em estandarte,
        o ouro,a fome,a relva,o mar,
                      a sim ,o mar, oceanos Atlântico e Pacífico.

Escreveram sua história
        em um hino estendido?
                      Em lugar demarcado

Qual o seu limite?
        Flor esta ,que máscara a terra,
                      que derradeira ocupa um continente.

Nada é verdade, sonho ou realidade.
         Rota singular que um dia
                         surgiu impune

Seus filhos morreram em chamas.
          Seus Deuses por vaidade.
                        No horizonte de uma América fria e covarde..

Rascunhos

Nada muda para além da vida;
o tempo,
as lutas,
ensejos.

Nada muda sem um desejo;
uma farpa
ou mesmo marca
em deletério.

O que fazem os velhos, já
esquecidos em silêncio,
as pessoas abandonadas na
miséria?
O que sentem, ou buscam, infelizes?
Há rascunhos demais por se ignorar.

Na frívola memória de um tolo,
o mundo é simples,
existe e pronto.
Frouxa realidade,
há os que sempre lucram,
vencem em vaidade,
sem dividir na avareza.
Mais-valia que o seja,
ainda perduram os senhores do engenho,
os donos da guerra e da paz,
e, em meio à sarça,
que insurge por livramento.

A morte, ao largo do tempo,
anjo sem asas e face esquiva,
visitou o templo e trouxe ofertas
ao seu gosto,
e tributos devidos.
Olharam em vão suas vestes,
seus pecados esquecidos,
e, no gélido contar de passos,
seus desvios perdoados.
Há quem se pergunte como duvidar,
se um destino crivo tem de certo a surreição.

O mal não cumpre calçada,
caminhada inerte,
ao contrário, condena os esvalidos.
A cidadela que acoberta os fatos,
suas mazelas, misérias e violência.

Diante do fardo,
se oprime,
transforma em cerca a
distinção,
obtém a graça por imposição.

Nada mais velho
e ancestral que a imutável
escravidão do ser,
que a exploração encíclica.
Ao lado do fruto podre,
a verdade se contamina,
e segue sendo história,
culta matéria de ódio elitista.
Ao nobre, cabe a forca;
ao gentio, a moenda.
Os grilhões infindos,
já passam da noite,
os açoites, as trovas,
as armas ou escarros.
O povo sofre, pois há lei,
e o foi maior que está,
sofreu deveras,
pois estava escrito.
E permanece em cada
fala arrastada,
em cada bala perdida,
em cada filha estourada,
em toda fome e exploração.

Não há senão interesse,
esse que saboreia vitória,
encarcera vidas,
e contamina almas.
O discurso é o mesmo,
frio e violento.
O levante está a postos,
e observa, garboso,
as amarras permissivas
lançadas sobre a massa.

Ao lado de tudo,
e atento,
vislumbrar é um tormento sísmico.
Nada muda porque é além da vida,
e mantra estendido para não vingar.
E, sorrateiro, o tempo brinca.

A cidade dividida
2025.

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lagazaz
Fico agradecido por duas palavras.
17/novembro/2020
-
poetisanaddy2027
Amei as suas poesias e obrigada pela vos sa visita!
17/novembro/2020
Luis
a redenção do óbvio
11/novembro/2020
-
namastibet
muito obrigado
01/setembro/2020

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