Quando a paixão recuperar a vista

Quando a paixão recuperar a vista
o antigo caminho dos lobos,
a coruja e os seus monólogos,
partículas de sal,
ínfimos movimentos de sombras,
afastarão para sempre os nossos corpos.

Com ou sem licença para fazer obras,
o horizonte montará o seu palco de fim de contas.
Esta comédia de vésperas
que o cansaço tem mal encenado.

A vida será uma soma de mensagens erradas e
de músicas que não conseguimos ouvir até ao fim.

Lembrar-me-ás uma loja de souvenirs
com barcos engarrafados e colares de conchas.
Berloques e berlindes, lápis do México 86, porta-chaves da expo 98.
Enfim, demasiada poeira para tão curto caminho.

Entretanto, está sol e, olha,
parece que as cegonhas adiaram o voo para o sul.
Um pouco como eu, esquecem de ir embora.
As coisas solidificam para não mudarem de lugar.
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