Da totalidade dos versos que moram em mim, o que você vê são apenas abreviaturas. Como quem abrevia nome grande e difícil e encurta apertadamente em poucas letrinhas. Habite no verso, dance nas incertezas incoerentes. Mergulhe na correnteza. Se observe, pois daqui te observo. Te elevo. Te acho dispersa e divago. E perdi o verso.
Te observava quando perdi o verso. Capturei o teu estado de graça marginal.
Etéreo e urgente. Uma parte de mim pesa pondera, outra parte delira. Um milhão de Eus colapsando suas divergências na tentativa de dar um jeito nesse desassosego. Não te peço perdão por sutilmente ter cativado as horas que passei à sombra dos teus gestos
bebendo em tua boca o perfume dos risos. Me acho ao rir teu riso. Não te estimo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
estimo-te como certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma. Em um outros carnavais, estaria a vida estourando em todos os salões. Dizem
Já eu, te escrevo a dormir