AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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Alguns Poemas

À guisa de prólogo e admoestações acerca da gesta humana e sua cristalina história

dar-se-á como infanta
a vida que se leva
ao início de uma gesta
que a todos encerra
assim como um conto
que se esqueceu na memória
de todos os contrapontos
à contraluz da história
 
dar-se-á como querência
a mínima contrafação
de quem se isenta em medo
dos gostos da multidão
é que o amor é trejeito
de tudo que a vida faz
é assim como um respeito
àquilo que a gente traz
 
dar-se-á como enredo
que a nuvem nem dizia
é que sobrava do tempo
dos ventos que trazia
o alvoroço exato de cada dia
as horas nem se contavam
nos minutos que seguia
aos homens apenas restava
viver sua agonia
 
dar-se-á como bruta
a rosa infante da vida
que teima em ser desregrada
apesar de tão contida
pois que pulula no peito
como uma rosa amarga
que finge ser de sorrisos
o drama que arremata
 
e o tempero da vida
era um tricô complicado
o tempo fazia fila
com espaços desgarrados
como se fosse um futuro
a inventar um passado
 
é que jogada no tempo
no descampado do mundo
sua lógica é o enredo
de um teatro profundo
que joga a cena da vida
que se aninha nas calçadas
como se a alma do homem
fosse um pedaço do nada
 
é que caminho avulso
aparentemente à vontade
a vida teima em ficar
ancorada pelas tardes
em que os dias dos homens
apesar das verdades
espancam a eficácia
de quem vive a liberdade
 
e, assim, presa ao espaço
de um universo caduco
joga-se pelos peitos
como se fosse um discurso
em que as palavras são verbos
do mais estranho uso
servem apenas ao teatro
dos paradigmas do lucro.
nascido em 1952, paraibano, autor de "Verbos de dizer nem sempre" e "Da vida em desalinho", obras premiadas em concursos.
Carlos Marques
Aurelio Aquino, "viver é ser todos os outros..." e quantos mais somos, mais vivemos. Nada óbvio e muito verdadeiro.
04/dezembro/2025
Carlos Marques
Aurelio Aquino, "viver é ser todos os outros..." e quantos mais somos, mais vivemos. Nada óbvio e muito verdadeiro.
04/dezembro/2025
Pinto
Abração !
27/fevereiro/2025
-
AurelioAquino
Honrado
16/janeiro/2024
-
AurelioAquino
Obrigado
16/janeiro/2024
-
ademir domingos zanotelli
Belos versos... em poemas e suas poesias,parabéns.
08/setembro/2023
-
landebomfim
aplausos muito introspectivo poema.
17/abril/2021
thumb
AurelioAquino
obrigado, honrado.
24/junho/2021
-
biancablauth25
Simplesmente perfeitos, seus poemas são uma perfeição inexplicável, realmente, eu amo seus poemas. Continue criando lindos poemas.
18/janeiro/2021

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